Nos últimos anos, tem-se verificado alterações importantes na estrutura do emprego em Portugal, com efeitos negativos quer na estabilidade quer na qualidade do emprego.
Assim, uma das alterações tem sido a substituição do emprego a tempo inteiro por emprego a tempo parcial com remuneração reduzida. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), entre o 2º trimestre de 2006 e o 2º trimestre de 2007, o emprego a tempo completo diminui e o emprego a tempo parcial cresceu. Isto explica, sobretudo, a situação dos jovens nos primeiros anos de trabalho – muitos chegam a ter vários empregos para conseguirem um salário “decente”.
A substituição de contratos sem termo por contratos a termo tem sido uma das alterações importantes na estrutura do emprego. Em 2006, o número de trabalhadores com contrato a termo ou com recibo verde em Portugal passava os 1,5 milhões. E, segundo o Eurostat, o número não pára de crescer.
Uma terceira alteração é a substituição de emprego mais qualificado por emprego menos qualificado. Surge então a questão: o que fazer com cerca de 60 mil desempregados com formação académica superior?
Dados do INE revelam menos desemprego em indivíduos com nível de escolaridade correspondente ao ensino básico e secundário, do que em indivíduos com nível de escolaridade equivalente ao ensino superior.
A não correspondência entre habilitações e o tipo de emprego está a aumentar devido, por uma lado, ao aumento do desemprego e, por outro, à falta de articulação entre as universidades e o mercado de trabalho.
De acordo com dados estimados pelo INE com base no Inquérito do Emprego, em 2007, 7200 indivíduos com formação académica superior estavam empregados em trabalhos não qualificados, e 35800 estavam em trabalhos de baixa qualificação. Ou seja, são pelo menos 43 mil os diplomados nestas situações.
Esta evolução na estrutura do emprego lança dúvidas sobre o tipo de alteração do perfil produtivo da economia portuguesa, pois a questão que se coloca é a seguinte: como é que é possível mudar o perfil da economia portuguesa para um de mais elevado nível tecnológico e valor acrescentado, substituindo o emprego mais qualificado por emprego menos qualificado?
Fátima Carqueijó
fatima_lkt@hotmail.com
Assim, uma das alterações tem sido a substituição do emprego a tempo inteiro por emprego a tempo parcial com remuneração reduzida. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), entre o 2º trimestre de 2006 e o 2º trimestre de 2007, o emprego a tempo completo diminui e o emprego a tempo parcial cresceu. Isto explica, sobretudo, a situação dos jovens nos primeiros anos de trabalho – muitos chegam a ter vários empregos para conseguirem um salário “decente”.
A substituição de contratos sem termo por contratos a termo tem sido uma das alterações importantes na estrutura do emprego. Em 2006, o número de trabalhadores com contrato a termo ou com recibo verde em Portugal passava os 1,5 milhões. E, segundo o Eurostat, o número não pára de crescer.
Uma terceira alteração é a substituição de emprego mais qualificado por emprego menos qualificado. Surge então a questão: o que fazer com cerca de 60 mil desempregados com formação académica superior?
Dados do INE revelam menos desemprego em indivíduos com nível de escolaridade correspondente ao ensino básico e secundário, do que em indivíduos com nível de escolaridade equivalente ao ensino superior.
A não correspondência entre habilitações e o tipo de emprego está a aumentar devido, por uma lado, ao aumento do desemprego e, por outro, à falta de articulação entre as universidades e o mercado de trabalho.
De acordo com dados estimados pelo INE com base no Inquérito do Emprego, em 2007, 7200 indivíduos com formação académica superior estavam empregados em trabalhos não qualificados, e 35800 estavam em trabalhos de baixa qualificação. Ou seja, são pelo menos 43 mil os diplomados nestas situações.
Esta evolução na estrutura do emprego lança dúvidas sobre o tipo de alteração do perfil produtivo da economia portuguesa, pois a questão que se coloca é a seguinte: como é que é possível mudar o perfil da economia portuguesa para um de mais elevado nível tecnológico e valor acrescentado, substituindo o emprego mais qualificado por emprego menos qualificado?
Fátima Carqueijó
fatima_lkt@hotmail.com
(artigo de opinião)
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