quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Pequenas e Médias Empresas: os verdadeiros gigantes da Economia Europeia

Uma pequena ou média empresa (PME), segundo a definição da União Europeia, tem menos de 250 trabalhadores e um volume de negócios anual que não excede os 50 milhões de euros. É importante esta definição para se determinar quais as empresas a beneficiar dos programas da UE destinados às PME bem como de certas políticas aplicáveis a este tipo de empresas.
Na União Europeia, segundo dados do EUROSTAT, 99% da totalidade das empresas são PME (23 milhões) responsáveis por uma parte bastante significativa da actividade económica e profissional na Europa. Segundo Günter Verheugen, Vice-Presidente da Comissão Europeia, as pequenas e médias empresas são a espinha dorsal da economia europeia e a maior fonte potencial de emprego e crescimento. Representam 67% da totalidade dos postos de trabalho (75 milhões) do sector privado europeu, o que leva a concluir que são as PME os grandes produtores da economia europeia, representando 56,9% do volume de negócios europeu. Dentro das PME europeias 91% dessas empresas são micro-empresas, isto é, com 1 a 9 trabalhadores o que significa, ironicamente, que os verdadeiros gigantes da economia europeia são na verdade as micro-empresas.
São as empresas, não os políticos, que geram crescimento sustentável e emprego, contudo, para que tal aconteça, devem existir políticas adequadas, com um contexto empresarial que permita às PME se manterem activas e prosperar bem como incentivar a criação de novas.
A União Europeia revela-se de extrema importância para este tipo de empresas devendo definir e implementar iniciativas eficazes para melhorar o contexto em que as PME operam. Dentro das várias iniciativas as principais e primordiais são: criação de programas destinados a facilitar as condições de financiamento para as PME; reduzir a burocracia e incentivar os governos nacionais para o mesmo; adoptar uma abordagem legislativa nova e favorável a estas empresas: menos e melhor regulamentação; criar uma mentalidade mais empreendedora uma vez que a generalidade dos europeus não a tem, devendo ser combatido o medo de insucesso; facilitar a internacionalização das PME tornando o mercado único uma realidade, já que a maioria destas empresas (63%) ainda operam exclusivamente no seu próprio país e por último mas não menos importante incentivar a investigação e a inovação. O crescimento sustentável da economia europeia depende significativamente das PME. Então devem estas empresas integrar as prioridades da ordem de trabalhos, e como sugere António Barroso, Presidente da CE, deve-se-lhes “facilitar a vida” e não aumentar a burocracia.
Em Portugal, de acordo com dados do INE, as PME representam 99,6% do tecido empresarial (300 mil), gerando 75,2% dos postos de trabalho (2 milhões) e realizando 56,4% do volume de negócios nacional (170 mil milhões euros). O país segue então a estrutura empresarial da UE, também ao nível da percentagem de micro e pequenas empresas que representam grande parte das PME: 97,3%. Neste contexto, contribuindo as PME para mais de metade do volume de negócios do país, devem beneficiar das políticas incentivadoras europeias para que prosperem e contribuam para o crescimento do país e consequentemente da UE.
Em suma, são as PME, mais especificamente as micro-empresas, as grandes impulsionadoras da economia de alguns dos estados-membros da UE como Portugal e também da própria UE. Dependendo as economias de Portugal e, mais ainda, da Europa destas empresas é essencial que seja uma prioridade ao nível nacional e europeu manter e promover o seu “bom estado de saúde” para que apresentem um crescimento sustentável que se traduzirá no mesmo para o País ou União.
(artigo de opinião)

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