terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Crescimento Negativo

Com base na informação disponível a 20 de Novembro, o Banco Central Europeu prevê para o ano de 2009 um crescimento económico para a zona EURO entre -1% e 0%. Este padrão de crescimento da zona EURO reflecte a modesta actividade global e a muita baixa procura doméstica, refere o BCE.
As previsões macroeconómicas do BCE para a zona EURO repartem-se pelo consumo privado, consumo público, formação bruta de capital fixo, exportações e importações. Destas componentes, a que mais irá contribuir para este crescimento negativo revela-se a Formação Bruta de Capital Fixo com uma variação negativa com valores a rondar os 3 a 6%, indicando a menor disposição das empresas para investir. Porém o BCE conta com o investimento público para fazer frente a esta baixa no investimento total, causado em grande parte pelas apertadas condições de financiamento e a fraca actividade global. A Administração Central apresenta para o investimento público valores entre os 1,3 e 1,9%, tanto para o próximo ano como para 2010.
Relativamente às exportações líquidas, o BCE espera que estas possam contribuir positivamente para o crescimento do PIB não só em 2010, mas também em 2009 apesar de poder apresentar variações negativas. Estas previsões realizados pela BCE para as exportações reflecte as perdas de competitividade-preço da zona euro, derivado principalmente das recentes desvalorizações da moeda única.
No ano de 2009, espera-se que o consumo privado diminua, podendo porém apresentar uma variação positiva dependendo da resposta das economias no próximo ano. Esta diminuição espelha o comportamento da rendimento disponível real, que por sua vez afectará o emprego. O aumento do desemprego, o declínio dos mercados e preços da habitação, e inevitavelmente a elevada incerteza económica traduzir-se-à num aumento da poupança precaucionária.
Tendo em conta o Boletim Mensal de Setembro de 2008, podemos afirmar que as previsões foram ajustadas significaticamente, e mostram perspectivas muito mais fracas no curto-prazo e os efeitos externos do turbilhão financeiro presente.

Rui Ferraz
erreferraz@gmail.com

(artigo de opinião)

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