O Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional, operação de periodicidade bienal desde 1982, constitui a base de informação estatística oficial sobre recursos humanos e financeiros afectos a actividades de Investigação e Desenvolvimento (I&D) em Portugal. Entendem-se por actividades de I&D os trabalhos criativos prosseguidos de forma sistemática, com vista a aumentar o conjunto dos conhecimentos, incluindo o conhecimento do homem, da cultura e da sociedade, bem como a utilização desse conjunto de conhecimentos em novas aplicações (definição constante no Inquérito referido, citando Frascati, 2002). Este estudo a nível nacional revela-se bastante pertinente, pois permite conhecer o desenvolvimento das políticas de investigação adoptadas pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, bem como comparar os resultados com os restantes Estados-membros da União Europeia.
O Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional 2007 apresenta resultados surpreendentes, ainda que provisórios. Pela primeira vez na história do nosso país a despesa das empresas portuguesas em I&D foi superior à do Estado, 0,61% do PIB contra 0,57%, respectivamente, correspondendo a 51% da despesa total. A despesa em I&D no sector da energia cresceu 80 vezes entre 2005 e 2007, nas comunicações a despesa foi 7 vezes maior, na indústria automóvel e nos serviços de informática 6 vezes e nos serviços financeiros e seguros 7 vezes. O número de investigadores, nas empresas, mais do que duplicou no mesmo período, as empresas com actividades de I&D passaram de 930 para 1500 e as publicações científicas nacionais referenciadas internacionalmente aumentaram 25%, sendo que destas, as da área de medicina cresceram 402%.
Portugal apresentou o melhor resultado entre os 27 Estados-membros, com uma taxa de crescimento total em I&D de 46%, muito acima da média da União Europeia dos 15 que foi apenas de 1%.
A tendência parece ser de convergência com a União Europeia. A despesa em I&D é, agora, superior à da Itália (1,1%), e quase igual à da Espanha (1,22%) e Irlanda (1,31%),
Tendo em conta que nos encontramos tão próximos da Espanha ao nível da investigação é inevitável que cooperações como o Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia se repitam. Este género de cooperações parece ser uma adequada resposta à competição internacional que Portugal enfrentará, agora que se aproxima da tendência europeia.
Em tempos de crise os resultados apresentados são animadores, no entanto é possível fazer mais e melhor. Esta avaliação deverá fomentar a melhoria e o reforço das políticas de investigação, no sentido de tornar cada vez maior o peso das despesas das empresas em I&D, através, por exemplo, de incentivos fiscais.
Espera-se, pois, que a tendência apresentada se mantenha e que num futuro breve Portugal esteja entre os países de topo no que concerne à I&D.
Os resultados do Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional 2007 estão disponíveis no site oficial do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
Sónia Pires
a49283@alunos.uminho.pt
O Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional 2007 apresenta resultados surpreendentes, ainda que provisórios. Pela primeira vez na história do nosso país a despesa das empresas portuguesas em I&D foi superior à do Estado, 0,61% do PIB contra 0,57%, respectivamente, correspondendo a 51% da despesa total. A despesa em I&D no sector da energia cresceu 80 vezes entre 2005 e 2007, nas comunicações a despesa foi 7 vezes maior, na indústria automóvel e nos serviços de informática 6 vezes e nos serviços financeiros e seguros 7 vezes. O número de investigadores, nas empresas, mais do que duplicou no mesmo período, as empresas com actividades de I&D passaram de 930 para 1500 e as publicações científicas nacionais referenciadas internacionalmente aumentaram 25%, sendo que destas, as da área de medicina cresceram 402%.
Portugal apresentou o melhor resultado entre os 27 Estados-membros, com uma taxa de crescimento total em I&D de 46%, muito acima da média da União Europeia dos 15 que foi apenas de 1%.
A tendência parece ser de convergência com a União Europeia. A despesa em I&D é, agora, superior à da Itália (1,1%), e quase igual à da Espanha (1,22%) e Irlanda (1,31%),
Tendo em conta que nos encontramos tão próximos da Espanha ao nível da investigação é inevitável que cooperações como o Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia se repitam. Este género de cooperações parece ser uma adequada resposta à competição internacional que Portugal enfrentará, agora que se aproxima da tendência europeia.
Em tempos de crise os resultados apresentados são animadores, no entanto é possível fazer mais e melhor. Esta avaliação deverá fomentar a melhoria e o reforço das políticas de investigação, no sentido de tornar cada vez maior o peso das despesas das empresas em I&D, através, por exemplo, de incentivos fiscais.
Espera-se, pois, que a tendência apresentada se mantenha e que num futuro breve Portugal esteja entre os países de topo no que concerne à I&D.
Os resultados do Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional 2007 estão disponíveis no site oficial do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
Sónia Pires
a49283@alunos.uminho.pt
(artigo de opinião)
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