Atual União Europeia: vantagens e desvantagens

Como meio de aproximar de forma crescente os países europeus, após a 2ª Guerra Mundial, apareceu a CECA (Comunidade Europeia do Carvão e do Aço) que atualmente é conhecida como União Europeia. Começou com seis países, Luxemburgo, Alemanha, França, Bélgica, Itália e Holanda e, a pouco e pouco, foram juntando-se países até um total de 27:

1973 – Dinamarca, Irlanda e Reino Unido

1981 – Grécia

1986 – Portugal e Espanha

1995 – Aústria, Finlândia e a Suécia

2004 – Estónia, Eslováquia, Eslovénia, Lituânia, Letónia, República Checa, Hungria, Malta, Chipre e Polónia

2007 – Bulgária e Roménia

No início, esta apenas tinha como objetivo unir os países a nível comercial, mas com o tempo começou a evoluir para a livre circulação não só de bens mas também de serviços, pessoas e capitais, o aparecimento da moeda única (embora nem todos tenham aderido como, por exemplo, o Reino Unido) e há planos para uma união política, embora este último plano ainda esteja longe de acontecer, com a recente crise económica e financeira. E é através desta crise que se põem em causa os benefícios que, muitas vezes, parecem ser abafados pelos contras que se têm manifestado nestes últimos tempos. Será que antes nunca se terá pensado que esta união poderia ter falhas no futuro com um evento destes que tem afetado grande parte do mundo de algum modo? Concerteza já, mas se calhar não se viam tão próximo e com este impacto avassalador, que até se pondera a possibilidade de sair desta outrora maravilha económia.

Afinal, quais são as vantagens que levaram a esta União Europeia? Claro que uma delas, que salta logo à vista, para facilitar e intensificar as trocas comerciais internacionais, é a eliminação dos direitos aduaneiros, e isto fez com que este mercado único se tornasse numa potência comercial. A UE apesar de só representar 7% da população mundial, o volume das exportações e importações corresponde a cerca de 20%, sendo o principal exportador e o segundo maior importador. Uma outra vantagem é a facilidade em viajar de país em país dentro da UE e até mesmo mudar de país de residência. Com a livre circulação de pessoas, torna-se desnecessário andar de passaporte dentro da UE e pedir vistos para entrar em países estrangeiros. Há uma outra vantagem relacionada com a moeda única: a taxa de câmbio. Sempre que se mudava de país, era difícil trocar moeda sem perder valor pelo meio, isto é, tinha-se de analisar e trocar a moeda na altura em que se obtinha mais moeda estrangeira por uma unidade de moeda nacional.

Mas como tudo, onde há vantagens, há desvantagens e algumas derivam das vantagens. Com a livre circulação de pessoas, tem-se assistido a uma crescente “fuga de cérebros” em alguns países, uma vez que as pessoas ao verem poucas oportunidades para as áreas desejadas, normalmente relacionada com a área das ciências, o investimento feito pelos países em recursos humanos “foge” e é retribuído em outros países em vez do seu país de origem. E com a forte migração existente entre os países europeus, torna-se difícil arranjar emprego no seu país. Uma outra desvantagem que se tem mostrado neste contexto de crise está relacionada com a política monetária e a cambial. Geralmente, quando um país se encontrava em fase de recessão/depressão, uma medida a tomar era desvalorizar a moeda. Com a moeda única, a única maneira de aumentar receita seria aumentar impostos (o que já se fez) mas isso poderá levar também a que o consumo diminua e que em vez da receita aumentar, pode estabilizar ou mesmo diminuir.

Com isto tudo, a pergunta que paira é: será que tão cedo sairemos desta confusão internacional sem a saída de nenhum país da UE? A verdade é que se sair, o tempo de adaptação do país para voltar ao ponto antes da UE é demorado e tendo em conta que à medida que o tempo passa a situação só piora, não soa muito viável e destruiria a credibilidade da União Económica e Monetária.

Diana Vilaça

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]