terça-feira, 17 de abril de 2012

COMO O MARKETING E OS HOLOGRAMAS AJUDAM A COMBATER A CRISE

A globalização e o boom tecnológico vieram aumentar o leque de opções, preenchendo as nossas vidas com a oferta de uma infinidade de produtos e serviços. Assim as exigências por parte dos consumidores também aumentaram, o que obriga as empresas a manterem constantes modificações. Como tal, tornou-se imperioso que todas as áreas que compõem as organizações entendam a utilidade de outras ferramentas para o desenvolvimento dos seus métodos. É neste ponto que as necessidades de cooperação e complementaridade entre as tecnologias e o marketing se tornam fulcrais para o acompanhamento do mercado. Uma das inovações provocadas pela evolução tecnológica são os hologramas, que deixaram de ser apenas projectos e tornaram-se em poderosas ferramentas de apoio às empresas. Assim, torna-se fundamental percepcionar os prós e contras que estas ferramentas poderão trazer para as estruturas de marketing mix das organizações.
 O marketing e os hologramas são dois conceitos que, através do nosso senso comum, nos imputam uma sensação de sofisticação. Se, por um lado, temos o marketing como uma forma essencial de divulgação e aproximação entre os dois extremos do processo de mercado (vendedor – consumidor), por outro, temos a holografia que é, por definição: “uma forma de se registar ou apresentar uma imagem”, o que permite inovar e cativar a atenção dos observadores.
Os hologramas podem interferir nas variáveis de marketing mix (Existem autores que definem o marketing mix de um produto ou serviço como um composto de 4 componentes: Produto, Preço, Distribuição e Comunicação. No entanto, dentro desta área de gestão há também quem defenda que para os serviços é necessário acrescentar mais 3 elementos: Pessoas, Physical Evidences e Processos), permitindo por esta via manipular a forma como o cliente observa o produto e quais as necessidades que advêm dessa percepção. Esta ferramenta científica é capaz de, assim, interagir no marketing de um bem ou serviço e, se bem usada, será, certamente, uma poderosíssima forma de potenciar o valor percepcionado pelo consumidor.
No âmbito das exibições, os hologramas poderão ser vistos também como uma mais-valia, pois permitem a criação de protótipos virtuais. A evolução permite que a indústria, como por exemplo a automóvel, apresente um maior número de modelos nas feiras internacionais de exposição sem que exista um desgaste da linha de produção e dos recursos conseguindo assim produzir, à posteriori, apenas os bens que tenham melhor feedback do mercado.
Actualmente, já existem campanhas que utilizam os hologramas como forma de cativar a atenção do consumidor, como por exemplo: os serviços de apoio do aeroporto de Orly, em Paris, onde são projectadas imagens dos funcionários em 2D que dão as instruções necessárias aos clientes. Neste caso temos um serviço que explora, através da projecção, as variáveis de Distribuição, Produto, Physical Evidences, Pessoas e Processos. Há também o projecto da Coca-Cola, que passa pela mudança constante das imagens projectadas na garrafa. Assim, a variável de Comunicação é a que está a ser trabalhada pelos hologramas (http://www.youtube.com/watch?v=WUfXaUL-biA). Apesar disto, a utilidade dos hologramas como ferramenta de marketing ainda se encontra muito longe da sua plenitude, uma vez que existem projectos ainda mais ambiciosos. Um desses projectos é a disponibilização dos jogos do Campeonato do Mundo de Futebol de 2022 através de hologramas.
A sua utilização não está apenas associada ao marketing mix. Esta técnica já é utilizada como forma de protecção. Um “carimbo com holograma” torna as imitações mais complexas e como tal resguarda o produto das cópias piratas. Esta utilidade permite não só proteger o nome da marca, mas também os interesses de todos aqueles que dela tiram proveito, como são o caso dos stakeholders.
Torna-se claro que os hologramas podem ser uma ferramenta muito forte no marketing, tornando-o mais interactivo na forma de contacto com o público (Comunicação e Distribuição), auxiliando a uma redução nos custos de produção (que, por sua vez, influencia o Preço) e, por fim, o próprio Produto. No entanto, a utilização dos hologramas no marketing poderá também trazer algumas fragilidades. Em muitos bens, uma visualização através desta ferramenta é suficiente para elucidar as dúvidas quanto à reunião entre as expectativas do cliente e as particularidades apresentadas pelo produto que é oferecido, porém existem outras características despertadas pelos sentidos e a que o consumidor dá valor, como são o caso do olfacto e do tacto. Estes dois factores podem ser prejudicados por uma propagação da divulgação por meio da projecção de hologramas. Assim, os hologramas não são mais que uma ferramenta de marketing até que deixem de ter utilidade para o mercado.
A diferenciação na forma de fazer marketing é o que torna as empresas e as suas ofertas “mais apetecíveis aos olhos do consumidor”, deste modo a dependência das tendências é bastante grande. O marketing, jamais poderá ser uma disciplina obsoleta e como tal não se poderá aliar a métodos ultrapassados e que não suscitem interesse no público-alvo.

João Coelho

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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