quarta-feira, 4 de abril de 2012

Política comum da U.E. – PAC

Após o final da Segunda Guerra Mundial, caminhou-se para a integração europeia, que era vista por muitos como uma fuga das formas extremas de nacionalismo que tinha devastado o continente. Tal tentativa para unir os europeus foi a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA) que, embora tendo o objetivo modesto do controlo centralizado das indústrias do carvão e do aço dos seus Estados-membros, foi declarada como sendo "uma primeira etapa para a federação da Europa". Em 1967, o Tratado de Bruxelas criou um único conjunto de instituições das três comunidades, que eram formalmente referidas como Comunidades Europeias (CE). A União Europeia foi formalmente criada quando o Tratado de Maastricht entrou em vigor a 1 de novembro de 1993. Esta união, tendo passado por várias fases entre a aposta em chegar culturalmente e economicamente os países membros mais perto uns dos outros criou utensílios como a moeda única, o euro, a livre circulação de bens e pessoas entre os vários países e a redistribuição de fundos económicos por planos de ajuda às áreas mais necessitadas por parte dos países membros, como por exemplo planos de ajuda à produção e exploração agrícola dos países, sendo assim criada o PAC, Política Agrícola Comum.
A Política Agrícola Comum da União Europeia (PAC) é um sistema de subsídios à agricultura e programas de desenvolvimento em áreas afins, parte do primeiro dos três Pilares da União Europeia, designado como Comunidades europeias. Foi criada em 1962, tendo como objetivos principais assegurar o abastecimento regular de géneros alimentícios e garantir aos agricultores um rendimento em conformidade com os seus desempenhos. Os princípios básicos da PAC são: a criação de um grande mercado único dentro do qual se possa importar e exportar produtos agrícolas livremente, preferindo os produtos produzidos dentro das fronteiras da U.E.; e o financiamento comunitário da Política Agrícola Comum.
Em 1992 foi lançada uma revisão da Política Agrícola Comum (nova PAC), com o objetivo de: reduzir os excedentes (quotas leiteiras, set-aside, etc.); regular os preços junto aos consumidores; assegurar o respeito pelo ambiente. Em 1999, uma nova reforma foi programada. Os objetivos desta política foram definidos pelo Tratado de Roma como sendo: aumentar a produtividade agrícola; garantir um bom nível de vida à população agrícola; estabilizar os mercados; garantir os fornecimentos regulares; e garantir preços razoáveis no abastecimento ao consumidor. Para alcançar estes objetivos são dados apoios aos países membros sendo que estes apoios permitiram a sua modernização e racionalização, garantir o pleno abastecimento do mercado em quantidade e qualidade, ocasionando, no entanto, um aumento excessivo da produção com efeitos negativos, que aconselharam a introdução de reformas na PAC, manter preços razoáveis no consumidor e assegurar a estabilidade nos mercados e aumentar e manter os rendimentos agrícolas dentro dos limites bons ou razoáveis, embora, nos últimos anos, o rendimento médio dos agricultores tenha diminuído sensivelmente.
Têm-se verificado alguns efeitos menos desejáveis da PAC. As grandes ajudas financeiras, para garantir produções suficientes e níveis de preços agrícolas razoáveis, contribuíram para o crescimento excessivo daquelas produções sem, no entanto, evitarem uma queda sensível dos rendimentos dos agricultores. Além disso, os custos comunitários para manter a PAC eram exagerados. Neste contexto, tornou-se indispensável uma reforma da PAC que contivesse a produção, que restabelecesse o equilíbrio do mercado e que, simultaneamente, se tornasse menos onerosa. Os principais vetores previstos para a nova PAC foram os seguintes: definição dos preços agrícolas através dos mecanismos do mercado, prevendo-se compensações monetárias aos agricultores que percam rendimentos; fixação de volumes de produção para cada produto; atribuição de incentivos financeiros ao pousio, à reconvenção de produções, à reflorestação, à criação de reservas ecológicas e parques naturais e à agricultura por meios naturais.
Assim, podemos concluir que esta Política foi extremamente útil e produtiva para a agricultura em geral na EU, pois sem ajuda política e financeira, muitos países incluindo Portugal iam ver a sua produção agrícola reduzir-se ainda mais e deixar campos por cultivar, agricultores sem trabalho e sem solução e os preços dos produtos a disparar no mercado levando os consumidores a passar por tempos problemáticos para ter acesso a produtos essenciais no nosso dia-a-dia.

Pedro Calado 

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho] 

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