Uma
empresa é competitiva sempre que produz um bem ou um serviço cujos atributos e
cujo preço interessam a uma procura solvente, isto é, um conjunto de
compradores com interesse e capacidade financeira para a respectiva aquisição.
Para que
uma empresa seja competitiva é necessário reunir duas condições: uma
competência específica numa dada área de produção de bens e serviços; e, por
outro lado, custos de produção compatíveis com as condições de concorrência no
mercado onde vende.
Uma
economia competitiva é aquela que assegura o emprego da respectiva população
activa em condições que lhe permitem validar ou aumentar, de forma sustentada,
o seu nível de vida. Uma economia competitiva é aquela que, simultaneamente,
assegura emprego, aumenta a produtividade e cria valor.
Uma
empresa pode ser, ou pode passar a ser, competitiva aumentando a produtividade
ou produzindo bens ou serviços com maior valor para o cliente ou através de uma
redução dos salários reais do país onde produz, nomeadamente através de uma
desvalorização cambial, ou através da deslocalização de partes do processo de
produção para países com salários mais baixos. Tais medidas podem levar há
recuperação ou ao reforço da competitividade das empresas de uma dada economia,
o que não implica necessariamente uma maior competitividade da respectiva
economia.
A
reposição da competitividade das empresas através da deslocalização de parte do
processo produtivo só constituirá um factor e um indicador de competitividade
da respectiva economia se for acompanhado da criação de um volume igual ou
superior de empregos, com um valor acrescentado por activo superior ao do
emprego deslocalizado.
Uma
política de promoção da competitividade nacional significa muito mais do que a
mera salvaguarda da competitividade do respectivo tecido empresarial. Significa
gerar mais valor acrescentado por activo e salvaguardar ou aumentar a taxa de
emprego da população activa do país. Por isso, o problema da competitividade
nacional tem que ser atacado em duas frentes: através do aumento da produtividade
e da produção de bens e serviços com mais valor por parte do aparelho produtivo
já instalado; e através da criação de novas unidades empresariais e instalação
de novas competências cujo valor acrescentado por activo permita acomodar os
aumentos de salários correspondentes a uma trajectória de aproximação da média
do nível de desenvolvimento da União Europeia.
O
aumento da produtividade do tecido empresarial e a instalação de novas
competências são duas vertentes inseparáveis numa estratégia de reforço da
competitividade da economia portuguesa. Desde logo, é necessário aumentar a
produtividade do aparelho produtivo nacional para fazer face à pressão da
concorrência dos países com baixos salários. Tratar-se-á de produzir mais com o
mesmo volume de emprego ou, em mercados maduros, produzir o mesmo volume de
produção com menos emprego. Por isso, por si só não garante a competitividade
da economia nacional, isto é, mais emprego e mais valor acrescentado. Depois, é necessário introduzir novas competências
potenciadoras de novas ofertas para novos mercados de modo a criar o emprego
que permitirá, por um lado, absorver o trabalho libertado pela racionalização
das unidades produtivas existentes ou compensar a redução da taxa de emprego
daí resultante, e, por outro, incrementar o valor acrescentado por activo do
tecido produtivo nacional.
A
introdução destas novas competências depende não só da emergência de novas
empresas e de novos empresários como da vitalidade das empresas existentes para
reconhecer e endogeneizar a capacidade empreendedora revelada. O aumento da
produtividade do tecido empresarial implica a introdução de novos processos de
produção e de novos modelos de organização empresarial. Por sua vez, a
introdução de novas competências significa a aquisição de conhecimentos sobre a
produção e comercialização de bens e serviços que não eram produzidos na
economia; ou a incorporação de novos atributos em bens e serviços já
produzidos.
Isto é,
na minha opinião, o aumento da produtividade e a introdução de novas
competências, essenciais ao reforço da competitividade nacional, pressupõem a
aceleração do processo de concretização de novas ideias quer sobre o como fazer
quer sobre o que fazer, sendo a chave da competitividade da economia portuguesa
a Inovação. Isto é, inovação de processos e inovação de produtos e serviços.
Tiago Rodrigues
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
1 comentário:
Prezados,
No Brasil enfrentamos este mesmo assunto e nosso blog possui um artigo interessante falando sobre uma possível solução, que é a gestão por processos: http://www.supravizio.com/Noticias/ArtMID/619/ArticleID/60/Por-que-somos-improdutivos-faltam-processos-BPM.aspx
Wallace Oliveira
www.supravizio.com
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