O valor pelo qual os bancos
avaliam os imóveis está em queda nos últimos dez meses (de Fevereiro de 2011 a Fevereiro de 2012).
Os valores da avaliação bancária baixaram em todas as regiões de Portugal,
registando uma queda de 7,4% em Fevereiro de 2011 face ao mesmo período do ano
passado e 0,8% face ao mês de Janeiro de 2011, de acordo com o Instituto
Nacional de Estatística (INE).
No âmbito da concessão de
crédito, o valor médio do metro quadrado recuou para 1055 euros em Fevereiro
deste ano. O Algarve é a região onde se regista o valor mais elevado, de 1330
euros, e o Centro o valor mais baixo, de 905 euros, por metro quadrado. Na
capital, o preço do metro quadrado baixou 134 euros no último ano. Mas entre as
regiões que apresentam os valores médios da avaliação acima da média nacional,
perduram Lisboa, a Madeira e o Algarve, com valores médios de 1314 euros e 1330
euros. Assim, em média, um imóvel com 100 metros quadrados ,
terá uma avaliação de 105,5 mil euros.
O indicador da avaliação
bancária é fundamental para quem está à procura de casa para comprar a crédito,
pois é com base nesta avaliação que a banca define o valor do empréstimo.
Habitualmente, os bancos emprestam até 80% do valor da casa. Perante esta
evolução negativa, cada vez mais a compra da casa fica mais difícil.
Quando se trata de uma concessão
de crédito habitação, o indivíduo tem de ter em conta a análise de alguns
factores fundamentais: para além da aprovação do crédito, o valor da avaliação
do imóvel e as taxas de juros a que este está associado.
Segundo o INE, as taxas de juro
implícitas no crédito à habitação têm estado em queda, essencialmente devido à
evolução das taxas Euribor, fenómeno não registado nos contractos realizados
nos últimos 3 meses, porque em contrapartida os “spreads” praticados pelos
bancos têm vindo a subir.
Em Fevereiro, a taxa de juro
situou-se em 2,687% (traduzindo um decréscimo de 0,020p.p. em relação ao mês
anterior) e o valor médio do capital em dívida dos contractos de crédito
habitação situou-se em 59484 euros (diminuiu 17 euros em relação ao mês
anterior). Desde de Fevereiro de 2011 até Fevereiro de 2012, o valor de capital
em dívida baixou em média 204 euros, o que reflecte todas essas divergências do
crédito à habitação.
A ausência de capacidade
financeira das famílias, o agravamento das condições no acesso ao crédito, a maior
mobilidade e a instabilidade no emprego são razões centrais para o aumento
acelerado da procura de arrendamento, em detrimento da compra de casa. Mas,
infelizmente, continua a ser apetecível comprar casa porque as prestações da
banca ainda compensam face ao valor, ainda elevado, das rendas.
Filipa Oliveira
Sem comentários:
Enviar um comentário