Introdução
Este
relatório tem como principal função comparar dois países que, comparativamente
com as restantes nações da União Europeia, sentiram de uma forma mais intensa
as oscilações económicas causadas pela actual crise económica. Através da análise
de dados e índices estatísticos, comparamos em vários parâmetros Grécia e
Portugal, analisando primeiro as semelhanças e posteriormente as diferenças a
nível económico, assim como possíveis causas para a actual situação económica.
Por
último, uma conclusão será tirada e é respondida uma pergunta: estará Portugal
no mesmo caminho que a Grécia? De seguida é feita uma previsão do que poderá
acontecer no futuro, com um tom mais pessoal.
Índices analisados
Neste
relatório serão analisados dois índices que reforçam as diferenças e
semelhanças encontradas nestas duas nações: a balança comercial e a dívida
pública. A escolha entre os inúmeros índices disponíveis foi esta tendo em
conta a fácil análise e a importância destes para a economia de ambas as
nações.
Semelhanças
São
encontradas semelhanças num índice: na balança comercial. Para uma análise mais
detalhada, vejamos os gráficos da balança comercial para ambas as nações.
Observando os
gráficos podemos afirmar duas coisas: ambos os países apresentam um défice
bastante elevado da balança comercial e na Grécia verificam-se valores mais
elevados do que em
Portugal. Numa análise mais profunda observamos um decréscimo
no défice em ambos os países desde meados de Janeiro de 2009 até o início de
2011, no caso da Grécia, voltando a aumentar logo de seguida, e até meio de
2010, no caso de Portugal, decrescendo muito rapidamente de seguida atingindo
quase os 2500 milhões de Euros. A situação actual da Grécia (Janeiro de 2012) é
de um défice da balança comercial de cerca de 2000 milhões de euros, enquanto que
em Portugal verifica-se um défice de cerca de 1000 milhões de euros.
Através
da análise deste indicador vemos que a Grécia apresenta uma situação pior que
Portugal, apesar das semelhanças observadas. O défice da balança comercial é
mais elevado, embora a situação de ambos os países não ser o melhor cenário.
Podemos concluir também que ambos os países sentiram a crise de uma forma
semelhante, com decréscimos e aumentos parecidos.
Diferenças
Encontramos
diferenças num índice: na dívida pública. Analisemos, então, a dívida pública
grega e portuguesa, respectivamente.
No caso da Grécia vemos uma
situação algo de irregular de 2001 até 2011, com algumas oscilações. Já em
Portugal é verificado um padrão: a divida pública não parou de crescer no mesmo
período de tempo. É também importante referir os números de que estamos a
falar: no início do período em questão (2001), vemos que a divida pública grega
representava cerca de 103,4% do PIB, mais de metade do valor Português (48,5%).
Em 2011, a
divida pública grega representava 142,8% do PIB, enquanto que a Portuguesa
representava 93%.
Podemos
concluir que ambos os países apresentam uma situação bastante desagradável, em que Portugal
apresenta um cenário menos aterrador que a Grécia. Este é, sem dúvida, um dos
maiores desafios que os gregos terão que enfrentar: combater a divida pública,
pois a tendência dos últimos anos é de crescer, o que na situação actual
poderia ter consequências muito graves para a Grécia, não só economicamente,
mas também a nível de estabilidade social.
Neste
indicador específico encontramos também uma semelhança, que com a devida
análise é encontrada: nos últimos 10 anos a dívida pública portuguesa aumentou
44,5% relativamente ao PIB e a grega 39,4%. Estes dois números bastante
próximos vêm mais uma vez provar que ambas as nações sentem a crise económica e
financeira de uma forma bastante semelhante.
Conclusão
Depois
da análise extensa de 2 índices (balança comercial e dívida pública) podemos
afirmar que a situação Portuguesa está “menos má” do que a Grega. Apesar de um superavit muito elevado, mesmo nestas
semelhanças podemos admitir que a situação grega está pior do que a portuguesa,
com uma diferença acentuada nos números.
Futuro (opinião pessoal)
O indicador
que mais compara a situação grega com a portuguesa numa visão de futuro é a
dívida pública. O exponencial aumento da dívida portuguesa vem comprovar as
dificuldades vividas em Portugal, e não ajuda para uma boa visão do futuro.
Este é o argumento que me leva a duvidar da recuperação portuguesa face a uma
situação de endividamento de proporções drásticas, com um futuro não muito
prometedor. Um saldo negativo da balança comercial e uma divida pública com um
crescimento exponencial levam a crer que é pouca a esperança da economia voltar
a uma situação económica “normal”.
António Melo
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