Uma das grandes preocupações atuais anda à volta do
desemprego, especialmente do desemprego jovem. Com a recente crise económica e
financeira e com as notícias semanais de empresas a fecharem, para aqueles que
vão ter o primeiro contato com o mercado de trabalho e com nenhuma experiência,
torna-se uma tarefa cada vez mais difícil. Segundo o Eurostat (departamento de
estatística da União Europeia), o desemprego português em 2011 estava nos 12,9%
e os jovens com menos de 25 anos representam cerca de 30% dos desempregados,
embora os últimos dados remetam para os 35,4%. A média da União Europeia (UE27)
é de 9,7% e de 21,4 respetivamente, o que demonstra que Portugal está acima da
média com alguma distância e está entre os 8 países membros com maior taxa de
desemprego jovem, no quinto lugar, estando no topo a Espanha (46,5%), depois a
Grécia (44,4%), a Eslováquia (33,2%) e a Lituânia (32,9%). Os países-membros
com menor taxa de desemprego jovem são a Holanda (7,6%), a Áustria (8,3%) e a
Alemanha (8,6%). As regiões portuguesas que mais estão afetadas por este
fenómeno económico são o Norte, com cerca de 36% em 2011, e o Centro, com
19,6%. Apesar de cada vez mais os jovens dedicarem-se mais tempo aos estudos e
haver muitos a tirarem licenciaturas, mesmo assim eles não conseguem arranjar
emprego na sua área de formação e muitos deles acabam por trabalhar nas caixas
de supermercado, servir em cafés, outros empregos distantes da sua área ou saem
do país para encontrarem emprego na sua área, assistindo-se à conhecida “fuga
de cérebros”.
Um dos recentes projetos do Governo
português para reduzir este número é o “Impulso Jovem”, que para além de dar
resposta ao problema do desemprego jovem também tem uma componente de
intensificar os apoios às pequenas e médias empresas (PME’s), que conta com um
investimento de trezentos e cinquenta milhões de euros, através da reorientação
dos fundos comunitários, que deverá beneficiar cerca de setenta e sete mil
jovens. Foi criado em Março deste ano e inicialmente o investimento era para
ser maior (por volta dos mil milhões), mas foi este o montante que foi aprovado
pela Comissão Europeia. As principais medidas passam pela promoção e reforço
dos estágios profissionais como forma de inserção dos recentes licenciados,
mestrandos e doutorados no mercado de trabalho e no final, caso as empresas
contratem o estagiário, recebem um prémio. Para além das duas medidas referidas
acima, foram definidas as seguintes políticas ativas de mercado de trabalho
para os jovens que estão atualmente em execução:
- Estágios Profissionais (meta de 40.000 desempregados
a abranger em 2012)
- Sistema de Aprendizagem (meta de 30.000 jovens a
abranger em 2012)
- Cursos de Especialização Tecnológica (meta de 1.000
abrangidos em 2012)
- Cursos de Educação Formação realizados na rede de
Centros de Formação Profissional de Gestão Direta (meta de 5.000
abrangidos para 2012)
Prevê-se
que no final de Maio este projeto esteja acabado para ser aplicado no âmbito do
QREN (Quadro de Referências Estratégico Nacional), na Agenda Competitividade e
nos Programas Operacionais Fatores de Produtividade e Programas Operacionais
Regionais do Continente e das Regiões Autónomas.
Espera-se
que com este plano estratégico o desemprego jovem seja reduzido e que cada vez
mais haja mais empregos, se bem que com a situação atual ainda é capaz de
demorar a obter-se resultados e é necessário que as PME’s estejam dispostas a
receber estagiários, tendo em conta que um trabalhador novo tem um custo para a
empresa pela sua fase de adaptação.
Diana Vilaça
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