Estamos
constantemente a ouvir notícias de que Portugal pode sair ainda mais
fragilizado da actual conjuntura financeira. Primeiro surge a crise financeira
que deixa não só a economia portuguesa como todas as outras economias
fragilizadas. Depois vêem as medidas de austeridade para aqueles países que,
como Portugal, necessitam de diminuir o défice e a dívida pública bem como
conseguir crescimento económico, deixando todos os contribuintes com o cinto
ainda mais apertado.
Se juntarmos
tudo isto, os países que recorrem a ajuda externa ficam sem dúvida com a sua
credibilidade nos mercados financeiros afectada. É o caso de Portugal, onde já
não chegavam os problemas financeiros, ainda tinha que ser avaliado como “lixo”
e ver as suas empresas cotadas em bolsa a desvalorizarem.
Isto leva um
país a questionar até que ponto consegue novamente a sua credibilidade para dar
à economia os estímulos que ela necessita para podermos pensar em crescimento e
não em crise. Portugal
precisa urgentemente de crescer economicamente, e de ver os seus investimentos
expandirem. Precisa de conquistar a confiança dos seus contribuintes, e fazê-los
acreditar que este esforço vai mesmo valer a pena e que nos vai fazer crescer.
Outro dos
factores que leva quer os mercados financeiros quer os parceiros políticos quer
os investidores a “questionarem” a nossa credibilidade é o facto de estarmos
“em pé de igualdade” com outros países como a Grécia, por exemplo. A Grécia
esteve tão perto da bancarrota que levou a que as mesmas desconfianças caíssem
sobre Portugal. A questão que se coloca é até que ponto é que Portugal está a
conseguir restabelecer a sua credibilidade perante os mercados financeiros e
até que ponto está a conseguir distanciar-se da probabilidade de bancarrota
como a Grécia.
Pois bem, os
políticos portugueses afirmam que as medidas estão a fazer efeito e que o
sacrifício vai de facto valer a pena. Os políticos europeus também têm elogiado
o esforço português bem como o seu sucesso, o que me leva a acreditar que
Portugal de facto está a conseguir reerguer a sua credibilidade e que com muito
esforço vamos de facto conseguir o crescimento económico que tanto
necessitamos.
Uma outra
questão fundamental no que diz respeito à credibilidade é: de que forma é que a
credibilidade é reestabelecida sozinha, ou seja, até que ponto é que, no caso
de Portugal, seria necessária a ajuda dos outros países para que a sua
credibilidade começasse de novo a ganhar forma?
Há quem defenda
que Portugal não devia ter “cedido” à integração económica. Outros defendem o
oposto, ou seja, que sem esta integração económica Portugal ter-se-ia afundado
por completo e, aí sim, chegava à bancarrota. Pois bem, a dúvida perante esta
questão vai permanecer, uma vez que a integração aconteceu de facto e não
podemos de todo saber ao certo como estaria Portugal hoje sem a integração na
União Europeia. Facto é que se não tivéssemos dito “sim” à integração e esta
crise se abatesse sobre nós portugueses muito provavelmente não conseguiríamos
sozinhos sobreviver economicamente.
Então, só posso
concluir que de facto Portugal necessita dos outros países para conseguir
ultrapassar esta crise financeira e para conseguir restabelecer a sua
credibilidade nos mercados financeiros internacionais, ou seja, parece que
estamos a andar no caminho certo!
Margarida Rocha
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