quinta-feira, 26 de abril de 2012

Basta!! Está a ficar insuportável

          Embora os recentes dados divulgados pelo Eurostat, numa notícia do jornal de negócios, premiassem o esforço feito pelo governo e o grande sacrifício dos portugueses para levar o nosso país a bom porto, a mesma notícia revelava que, dos 17 países da moeda Euro, Portugal encontrava-se na 8º posição, com o défice mais baixo, fixado nos 4,2% do PIB. E, após a recente avaliação positiva da Troika, quanto aos ajustamentos que estão a ser feitos, aparentemente, Portugal estaria a caminhar para o sucesso. Contudo, os portugueses perguntam-se até quando é que terão de abdicar dos seus direitos (como abdicarem dos subsídios)? Até quando terão de contar o seu dinheirinho para pagar as suas contas? Que custo terão estes sacrifícios para as gerações vindouras? Teremos mesmo que fazer estes sacrifícios todos?
            Todos sabemos que Portugal está num período bastante delicado, estando a dívida portuguesa “a rebentar pelas costuras” e, não existindo alternativas a estes cortes no curto prazo, embora o actual governo não tenha culpa, pois o nosso país nas últimas décadas sempre viveu acima do que lhe era permitido, não tem outra alternativa senão a de aplicar tanta austeridade, mas BASTA... Os portugueses não aguentam mais sacrifícios, não aguentam mais apelos ao esforço e solidariedade para com o país… Os números de pobreza não param de disparar (as casas de apoio aos desfavorecidos e de apoio no que toca a alimentação estão lotadas e o número de pessoas que têm para acolher não pára de crescer), “a classe média portuguesa está a desaparecer”, como afirma, correctamente, Santana Lopes (antigo ministro), o desemprego atinge valores record todos os dias, para não falar da nossa economia, que está a ficar destruída com tantos sacrifícios.
            O governo diz que o país está “melhor municiado para enfrentar os tempos complexos e incertos”, mas como o pode estar se o país, embora apresente números interessantes de melhoria, nunca poderemos esquecer que as constantes medidas de austeridade têm contribuído para a decadência social do país, permitindo dizer que não tem havido desenvolvimento.
            Um dos motores para que haja crescimento e desenvolvimento de uma economia são as empresas. Todavia, com a constante asfixia provocada pela implementação de políticas fiscais (aumento de impostos) e pela retração do mercado, os processos de insolvência têm aumentado significativamente, uma vez que cada vez são maiores as dificuldades das empresas. Este acréscimo de falências das empresas constitui um dos grandes motivos do aumento do desemprego.
Segundo os estudos apresentados pela Informa, verificamos que no mês de fevereiro dissolveram-se cerca de 344 empresas, um número preocupante e relevador da decadência da nossa economia. Porém, o número referente ao último mês de Março, onde 495 empresas fecharam as portas, prova que as pessoas que nos comandam, sendo elas o governo, a Troika, o FMI, a União Europeia, Alemanha… não estão com grande interesse em preocupar-se com o estado em que a nossa economia está a ficar.
A meu ver, não há alternativa à austeridade, mas...está a ficar insuportável para as famílias e para as empresas.

Wilson Santos

Bibliografia:

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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