Embora os recentes dados divulgados pelo Eurostat, numa notícia
do jornal de negócios, premiassem o esforço feito pelo governo e o grande sacrifício
dos portugueses para levar o nosso país a bom porto, a mesma notícia revelava que, dos 17
países da moeda Euro, Portugal encontrava-se na 8º posição, com o défice mais
baixo, fixado nos 4,2% do PIB. E, após a recente avaliação positiva da Troika,
quanto aos ajustamentos que estão a ser feitos, aparentemente, Portugal estaria
a caminhar para o sucesso. Contudo, os portugueses perguntam-se até quando é
que terão de abdicar dos seus direitos (como abdicarem dos subsídios)? Até
quando terão de contar o seu dinheirinho para pagar as suas contas? Que custo
terão estes sacrifícios para as gerações vindouras? Teremos mesmo que fazer
estes sacrifícios todos?
Todos
sabemos que Portugal está num período bastante delicado, estando a dívida
portuguesa “a rebentar pelas costuras” e, não existindo alternativas a estes
cortes no curto prazo, embora o actual governo não tenha culpa, pois o nosso
país nas últimas décadas sempre viveu acima do que lhe era permitido, não tem
outra alternativa senão a de aplicar tanta austeridade, mas BASTA... Os
portugueses não aguentam mais sacrifícios, não aguentam mais apelos ao esforço
e solidariedade para com o país… Os números de pobreza não param de disparar
(as casas de apoio aos desfavorecidos e de apoio no que toca a alimentação
estão lotadas e o número de pessoas que têm para acolher não pára de crescer),
“a classe média portuguesa está a desaparecer”, como afirma, correctamente,
Santana Lopes (antigo ministro), o desemprego atinge valores record todos os dias, para não falar da
nossa economia, que está a ficar destruída com tantos sacrifícios.
O governo
diz que o país está “melhor municiado para enfrentar os tempos complexos e
incertos”, mas como o pode estar se o país, embora apresente números
interessantes de melhoria, nunca poderemos esquecer que as constantes medidas de
austeridade têm contribuído para a decadência social do país, permitindo dizer
que não tem havido desenvolvimento.
Um dos
motores para que haja crescimento e desenvolvimento de uma economia são as
empresas. Todavia, com a constante asfixia provocada pela implementação de
políticas fiscais (aumento de impostos) e pela retração do mercado, os
processos de insolvência têm aumentado significativamente, uma vez que cada vez
são maiores as dificuldades das empresas. Este acréscimo de falências das
empresas constitui um dos grandes motivos do aumento do desemprego.
Segundo os estudos
apresentados pela Informa, verificamos que no mês de fevereiro dissolveram-se
cerca de 344 empresas, um número preocupante e relevador da decadência da nossa
economia. Porém, o número referente ao último mês de Março, onde 495 empresas
fecharam as portas, prova que as pessoas que nos comandam, sendo elas o
governo, a Troika, o FMI, a União Europeia, Alemanha… não estão com grande
interesse em preocupar-se com o estado em que a nossa economia está a ficar.
A meu ver, não há alternativa à
austeridade, mas...está a ficar insuportável para as famílias e para as
empresas.
Wilson Santos
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