Como aluno de Economia e cidadão português,
considerei que o estudo do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e europeu seria
um tema interessante a abordar devido à actual conjuntura económica mundial.
O
PIB é um dos indicadores mais utilizados na macroeconomia, com o objectivo de
mensurar a actividade económica, e representa a soma de todos os bens e
serviços finais produzidos numa determinada região, durante determinado período
de tempo.
Para
estudar o comportamento do PIB de uma determinada economia ao longo do tempo, é
necessário distinguir PIB real e PIB nominal. Enquanto o primeiro é calculado a
preços correntes, o segundo é conseguido a preços constantes. Para apreciações mais sólidas, o mais indicado é o
uso de seu valor real, porque leva em conta apenas as variações nas quantidades
produzidas dos bens, e não nas alterações de seus preços de mercado.
Existem três fórmulas para o cálculo do PIB, das quais as
mais conhecidas são as da óptica do rendimento e a da óptica da despesa, sendo
que a ultima é a mais adoptada. Na óptica do rendimento, o valor do PIB é
calculado a partir dos rendimentos de factores produtivos distribuídos pelas
empresas, que corresponderá à soma dos rendimentos do factor trabalho com os
rendimentos dos outros factores produtivos. Enquanto que na óptica de despesa,
o valor do PIB é calculado a partir das despesas efectuadas pelos diversos
agentes económicos em bens e serviços para utilização final, ou seja,
PIB=C+I+G+X-M.
Historicamente, desde 1988
até 2011, a
média de crescimento do PIB trimestral de Portugal
foi de 0,50%, atingindo um máximo histórico de 3,30% em Dezembro de 1990 e
um recorde de baixa de -2,60%
em Março de 1991.
Portugal tornou-se numa economia cada vez mais
diversificada e baseada em serviços
desde a adesão à Comunidade Europeia
em 1986. Ao longo das últimas duas décadas, os sucessivos governos privatizaram muitas empresas
controladas pelo Estado e liberalizaram áreas-chave da economia,
incluindo os sectores financeiros e de telecomunicações.
O crescimento económico tinha sido acima
da média da União Europeia durante a
maior parte da década de 1990, tendo na última
década o crescimento situado-se abaixo da média europeia.
Foi com o
início da crise financeira mundial, cujo ponto de partida se deu nos Estados
Unidos, que se desencadeou um grande decréscimo do PIB em quase todos os
países. Isto deveu-se ao facto dos bancos passarem a oferecer mais créditos,
inclusive a clientes que eram considerados de risco.
Foi em parte devido à crise mundial
que nos últimos anos o PIB português tem sofrido um decréscimo acentuado. No
ano passado assistimos a uma contracção de 1,9% do PIB português, sendo que
esta ocorrência não foi um caso isolado, pois o mesmo se verificou na Grécia,
que actualmente está a ter grandes dificuldades económicas. De acordo com o
Banco de Portugal, para 2012 prevê-se uma queda de 3,4% do PIB, sendo as
estatísticas variáveis de acordo com as fontes, ou seja, de acordo com o
Governo irá ocorrer uma quebra de 3,3% e segundo a agência de notação financeira
Fitch, que em Novembro de 2011 tinha considerado que a compra da divida
portuguesa era um investimento de alto risco, a diminuição será de 3,7%. As
variações do PIB de acordo com a agência Fitch, para o ano 2013, situam-se
perto dos 0%, o que significa estagnação da economia portuguesa. Por sua vez, o
Banco de Portugal considera que a economia irá crescer aproximadamente 0,4% e o
Banco Central supõe que o crescimento será de 0,3%. Já o Governo faz estimativas
semelhantes às do Banco Central Europeu e às Banco de Portugal, considerando
que o nosso país retoma o seu crescimento no ano de 2013. O que pode comprometer as metas é a intensificação das
tensões associadas à crise da dívida soberana na área do euro, num contexto de
manutenção de incerteza quanto aos mecanismos para a combater.
Podemos dizer que quando
a economia está saudável, assistimos a baixos níveis de desemprego e aumentos
salariais, pois as empresas partem em busca de trabalho para atender ao crescimento
da economia. Uma mudança significativa no PIB, seja para cima ou para baixo,
tem geralmente um efeito significativo sobre o mercado de acções. Não é difícil
compreender tais variações, pois uma economia com crescimento negativo dá a
entender que as empresas têm lucros mais baixos, levando a uma diminuição do
preço das acções.
Por conseguinte, os
investidores devem realmente preocupar-se com crescimento negativo do PIB, pois
é um dos factores que os economistas usam para determinar se uma economia está
em recessão ou expansão.
Fernando Ricardo Fernandes da Silva
[artigo
de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e
Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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