quarta-feira, 4 de abril de 2012

Incumprimento na habitação

Verificamos em Portugal uma realidade muito dramática: encontramos 4.593.177 pessoas com empréstimos, sendo que 670.604 estão já numa situação de incumprimento. Segundo os dados fornecidos pelo Banco de Portugal, cerca de 128 mil portugueses estão em incumprimento relativos ao crédito habitação. Este valor representa 5,7% das pessoas que obtiveram empréstimos, numa altura em que os spreads duplicaram no último ano, e a margem de lucro dos bancos passou de 1,6% para 3,3%, segundo dados do portal “conhecer a crise”. Esta situação acentua-se numa altura em que o Orçamento do Estado exige um esforço enorme às famílias portuguesas com a sobrecarga de impostos e a diminuição de salários.
O orçamento familiar está cada vez mais apertado e a crise alimentar está a tomar contornos problemáticos. A par destes fatores acresce o aumento do desemprego e a diminuição dos apoios sociais. Todos estes fatores explicam a entrega de casas aos bancos que tem vindo aumentar no último ano. O governo apresenta agora medidas para tentar reduzir o incumprimento e endividamento das famílias. Os bancos têm avançado com soluções para evitarem o colapso das famílias. Entre estas soluções está o alargamento dos prazos de financiamento, e a introdução de períodos de carência ajustados às necessidades das famílias. As medidas do estado passam por definir um prazo mínimo de 90 dias para renegociação entre os bancos e as famílias. Os bancos estarão obrigados a alertar previamente os consumidores para a situação de sobreendividamento, e, por fim, sugere-se a criação de uma rede nacional que ajude e informe o consumidor. Soluções que têm sido bastante aplaudidas, porém insuficientes.        
Pensa-se que para além destas medidas o governo deveria intervir na renegociação, por forma apoiar a equilibrar essa renegociação. Para além disso, Sefin propôs que a dação do imóvel deveria pôr fim ao processo da dívida.

Joana Ferreira Gonçalves

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho] 

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