domingo, 8 de abril de 2012

Liquidez – uma problema actual

Liquidez é um fundamento importante nas finanças de um país, empresas, pessoas e famílias.
A liquidez é a capacidade que um bem ou direito têm de ser convertidos em dinheiro ou para serem aceites como meio de pagamento. Aquilo que é aceite como pagamento sob condições é pouco líquido... Aquilo que leva mais tempo para ser convertido em dinheiro é pouco líquido. Um imóvel é menos líquido do que um carro e menos ainda se for rural. O papel moeda é um bem plenamente líquido. Na verdade, o dinheiro é a própria liquidez. Ele possui o instituto do "curso forçado" pelo qual ninguém se pode negar a aceitá-lo como pagamento.
A falta da liquidez sujeita as pessoas ao endividamento forçado, comprometendo o poder de aquisição do rendimento familiar ou acarretar perdas patrimoniais.
As empresas portuguesas combatem em várias frentes mas o problema mais urgente é a falta de liquidez. Mesmo para as empresas que têm negócios lucrativos, bons clientes, uma carteira de negócios sólida, não há linhas de crédito, nem as mais básicas como as que garantem a tesouraria.
Há empresas produtivas e exportadoras, nomeadamente as pequenas e micro, que estão à beira da morte porque não têm dinheiro para pagar as contas mais básicas, como salários e fornecedores.
É unânime que é necessário salvá-las. Primeiro, para estancar a sangria do desemprego, já que correspondem a mais de 90% das empresas em Portugal. Segundo, são as que vão garantir a recuperação da economia porque são as mais dinâmicas, as mais flexíveis e as primeiras a criar emprego.
Tal como sabemos, a concessão de crédito é portanto um grande impulsionador de investimento e com a falta de liquidez por parte do sector bancário, o mercado acarreta uma consequente recessão, onde as pequenas e médias empresas são as principais atingidas pela conjuntura económica.  Tudo isto, pode ter um contexto de grande importância, pois atingirá diretamente os vários sectores da economia.
Assim sendo, e devido ao aumento substancial do crédito mal parado nos últimos tempos, junto com o aumento do endividamento do nosso País, é importante arranjar soluções junto de mercados externos ou mesmo através do BCE, este, que garantiu ainda à pouco que haverá uma injecção de liquidez na banca portuguesa para que não aconteça o descalabro económico, isto é, a falência da banca nacional e o fim euro...

António José Costa Martins Barros Rodrigues

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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