sexta-feira, 6 de abril de 2012

Portugal e a Sociedade de Informação

Neste pequeno relatório irei apresentar alguns dados no que toca à sociedade de informação em Portugal, com dados de 2010.
Dificilmente alguém discordaria de que a sociedade de informação é o principal traço característico do debate sobre desenvolvimento, seja a nível local ou global. A realidade que os conceitos das ciências sociais procuram expressar refere-se às transformações técnicas, organizacionais e administrativas que têm como factor chave não os consumos baratos de energia, como acontecia na sociedade industrial, mas os consumos baratos de informação proporcionados pelos avanços tecnológicos.

Comunicações Electrónicas
Nas últimas décadas, o sector das telecomunicações tem vindo a assumir um papel determinante para o desenvolvimento económico, o crescimento da produtividade e a difusão tecnológica.
Relativamente a 2010 a penetração do serviço telefónico móvel na população era de 155%. Deu-se um aumento da utilização de banda larga móvel. O aumento de clientes de banda larga móvel explodiu de 2005 para 2009.
Em penetração de banda larga móvel relativa a serviços dedicados a dados (placas, modems, chaves) na população, Portugal (12%) era no final de 2010 o 6º país da UE, a seguir apenas à Finlândia (com 31%), Áustria (19%), Suécia (16%), Dinamarca (14%) e Irlanda (13%), e com quase o dobro da média da UE (7%).

População e as TIC
Em 2010, 45% dos agregados familiares possuem computadores portáteis, uma percentagem 3,6 vezes a de 2005 (era 12%) e mais do dobro da de 2007 (era 20%), uma óbvia consequência positiva dos programas governamentais de apoio à aquisição de computadores portáteis para estudantes. Relativamente a utilização de Internet, 96%, 92% e 34% das pessoas (de 16 a 74 anos) com, respectivamente, habilitação superior, secundária, e de 9º ano ou inferior, utilizam Internet.
Portugal ocupa nestes indicadores, respectivamente o 6º, 4º e 22º lugar na UE27. Os valores destes indicadores para Portugal são superiores às médias da União Europeia (UE) para pessoas com habilitação superior e com habilitação secundária, as quais são 92% e 74%. Relativamente ao comércio, 62% das pessoas realizaram comércio electrónico através de Multibanco ou páginas da Internet.

Administração Pública Electrónica
            A Administração Pública é um sector importante de observação quando se analisa a Sociedade da Informação dado o seu peso nas organizações do país, a relevância da sua modernização tecnológica e da adopção de novos serviços para cidadãos e empresas, e o papel que tem, em muitos casos, como motor de desenvolvimento e de boas práticas, sendo decisivo o acompanhamento e conhecimento da utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação nos Organismos da Administração Pública.
            Dentro deste contexto, temos diversos subsectores (Administração Pública Central, Regional e Câmaras Municipais.
            Todos os Organismos da Administração Pública dispõem de ligações à Internet          Deram-se aumentos acentuados em alguns sectores, como a consulta de catálogos de aprovisionamento, a comunicação externa com empresas ou a comunicação externa com cidadãos, relativamente a 2005.
           
Educação e Formação em TIC
            No desenvolvimento da Sociedade da Informação, a promoção da igualdade de acesso às TIC e de competências para a sua utilização são factores cruciais, assumindo a esfera educacional um papel determinante no processo de mudança.
            O número de computadores ligados à Internet nos estabelecimentos de ensino mais que septuplicou de 2004/2005 para 2008/2009. As escolas tinham em 2008/2009 cerca do dobro de computadores desktop e 18 vezes mais computadores portáteis do que apenas dois anos antes, em 2006/2007.
            O número de alunos inscritos pela 1ª vez no ensino superior em cursos de TIC aumentou 51% de 2005/2006 para 2009/2010.
            Os dados existentes revelam muito bons resultados das medidas de estímulo à utilização da Internet e de computadores por jovens em idade escolar, inclusivamente na redução de diferenças entre os grupos de níveis socioeconómicos e culturais mais alto e mais baixo.

Rui Filipe Bastos Carvalho

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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