quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Custos Covid-19 para a Segurança Social

 

Mesmo antes da pandemia, a Segurança Social enfrentava o problema de que as contribuições para a SS não eram suficientes para pagar as despesas. Agora, com esta situação pandémica, a situação da Segurança Social piorou bastante.

A crise sanitária causada pela Covid-19, principalmente quando o país esteve confinado e em que várias empresas pararam a sua atividade ou registaram uma grande quebra na produção, fez com que a Segurança Social fosse submetida a grande pressão devido ao pagamento de layoffs, apoios à retoma das empresas, incentivos à normalização da atividade ou pagamento de subsídios de desemprego.

A Segurança Social depende bastante das contribuições da população ativa através dos descontos realizados. Com a situação pandémica, muitas empresas enviaram os seus trabalhadores para layoff, e este estado afetou muito as suas contas uma vez que as pessoas que estão em layoff não contribuem para as receitas e ainda aumentam as despesas, portanto os custos são elevadíssimos para a SS.

 


Como podemos ver no gráfico apresentado, o número de pessoas em layoff aumentou significativamente desde 31 março de 2020, passando de quase 100 mil pessoas neste regime a cerca de, sensivelmente, 1,3 milhões em finais de abril. Em apenas 1 mês, a SS tem de aumentar em muito as suas despesas e, para piorar a situação, esta estende-se até ao dia que nos encontramos.

Devido a este aumento de despesas, o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social, fundo que serve de almofada para o pagamento de pensões em caso de rutura da SS, sofreu uma grande diminuição. O governo esperava que este fundo ficasse sem fundos em 2050, e o que as estimativas indicam é que será 10 anos mais cedo, em 2040.

Com todas estas informações, o governo terá de intervir para que esta situação não agrave ainda mais o estado da Segurança Social. No Orçamento de Estado de 2021 está prevista uma injeção de capital para superar estas dificuldades. Veremos se no futuro não serão necessárias novas ajudas do estado.

 

Ricardo Daniel Alves Silva

 

Referências:

https://www.pordata.pt/Home

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

Sem comentários: