domingo, 22 de novembro de 2020

DESIGUALDADES NO MERCADO DE TRABALHO ENTRE HOMENS E MULHERES

Desde que aprendemos a viver em sociedade, os papéis desempenhados por homens e mulheres diferem. Este é um debate crescente no quotidiano e há uma maior sensibilidade por parte de todos para alterar hábitos e mentalidades. Assim, e numa tentativa de atenuar e até mesmo colmatar estas disparidades, a sociedade tem vindo a manifestar-se e a incentivar os governos por todo o globo a adotarem políticas que favoreçam equitativamente homens e mulheres. As principais diferenças entre géneros destacam-se no mercado de trabalho, que é algo necessário e essencial na vida em sociedade e acarreta muitos desafios desde o começo ao término da carreira.

A formação académica, até à entrada no mercado laboral, revela-se igualitária e, embora alguns afirmem que as disparidades se devem ao nível educacional, estudos têm vindo a mostrar que, em alguns países, a escolaridade feminina é superior à masculina logo, este não é um fator determinante. O mesmo acontece para outros critérios, isto é, verificam-se as mesmas suspeitas infundadas, mas, no final, é viável afirmar que estas desigualdades acontecem como resultado de conceitos incutidos social e historicamente ao longo dos tempos.

Efetivamente, no que respeita, por exemplo, a cargos de chefia, há uma sub-representação do sexo feminino, com apenas um terço das mulheres a assumirem cargos de comando. Naturalmente, a abordagem às posições laborais deve ser acompanhada da remuneração. Como é de conhecimento geral, o vencimento feminino é superado pelo masculino e a maternidade é também um fator impactante nesta matéria, pois durante as licenças há uma perda substancial de rendimento. É de notar, ainda assim, que a disparidade salarial é menos acentuada entre jovens e vai aumentando com a idade.

Para além das variações no emprego, existem também diferenças ao nível do desemprego. Existe, efetivamente, uma distinção neste aspeto, e aqui as mulheres dominam, registando taxas de desemprego superiores.

Nesta matéria, estão muito presentes questões relacionadas com as caraterísticas intrínsecas ao género, como a força muscular predominante nos homens e a afetividade nas mulheres. Existe, assim, uma taxa de empregabilidade superior para o sexo masculino comparativamente ao feminino. É mais fácil para os homens arranjarem trabalho, devido às suas especificidades, mas também devido à abundância de trabalhos pesados e que requerem mais esforço físico. As mulheres, no entanto, são mais propensas a ter profissões relacionadas com o cuidado doméstico. As várias justificações para estes números incluem, em alguns casos, tal como referi anteriormente, um estigma de muitas gerações em que as mulheres não devem trabalhar, mas sim cuidar da casa e dos filhos, e ainda as situações em que estas preferem trabalhar na economia informal como domésticas por ser mais lucrativo.

É possível concluir, então, que ainda existem disparidades entre géneros e que estas favorecem os homens face às mulheres, tal como evidenciam os dados. Esta é uma realidade que preocupa cada vez mais a sociedade contemporânea e, especialmente, os jovens. Outrora, igualdade de género e de direitos seria impensável, mas, tal como os tempos, as mentalidades mudaram. Ainda assim, é necessário que mais pessoas mudem as suas mentalidades para que o mundo possa ser mais justo atualmente e para as gerações futuras.

 

Ana Isabel Resende

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia da EEG/UMinho]

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