sábado, 20 de novembro de 2021

A Geração do Futuro

            Uma coisa é certa. A educação é o melhor e o mais poderoso investimento que um país pode fazer no seu futuro. Os benefícios são evidentes. Por norma, pessoas mais educadas auferem melhores salários, são menos propensas a cometer crimes, são mais exigentes com o poder político, têm uma maior esperança de vida, entre muitos outros efeitos positivos. Mas, para além do retorno para o indivíduo, o investimento em educação gera, obviamente, enormes benefícios para a vida do país.

O gráfico apresentado compara, através dos dados do Eurostat, a percentagem da população (entre os 25 e os 64 anos) de cada país da União Europeia que terminou o ensino secundário e/ou o ensino superior:


Analisando o gráfico, conseguimos obter que Portugal é o país menos educado de toda a União Europeia, com apenas 52% da população a concluir o ensino secundário e/ou superior até 2019, encontrando-se muito abaixo da média da UE (78%). Este comprovado atraso educacional pode-nos ajudar a explicar vários problemas no nosso país, como por exemplo o fraco crescimento económico, a elevada abstenção eleitoral e a baixa literacia financeira.

Uma das explicações para o facto de nos encontrarmos no último lugar da tabela tem a ver com o nosso passado histórico. No século passado, Portugal viveu por mais de 40 anos uma ditadura. Como sabemos, este regime é conhecido por não apostar na educação, fazendo com que a maioria da população seja analfabeta, tornando-se assim mais fácil de manipular de modo a não intervir com o poder político.

Contudo, e apesar de estar muito atrás dos outros países da UE, é importante realçar que Portugal tem tido uma evolução positiva, já que em 1998, apenas 20% da população tinha concluído o ensino secundário e/ou superior.

Apesar desta melhoria, o atual nível de instrução em Portugal irá continuar a ser um obstáculo para um crescimento económico sustentável e uma sociedade que esteja preparada para enfrentar os novos desafios da Revolução Industrial 4.0, assim como outras mudanças.



Estatísticas oficiais vêm ainda demonstrar que no início do presente século Portugal era o 3º país da UE com a mais elevada despesa pública em educação em percentagem do PIB. Ultimamente, e para o meu espanto, andamos a cair a pique no ranking. No ano de 2018, por exemplo, encontrávamo-nos no 20º lugar.

Na minha opinião, Portugal deve ainda apostar muito mais na educação, um setor que é vital. Numa altura em que se discute tanto onde se deve aplicar o dinheiro dos fundos europeus, não nos podemos esquecer que investir na educação é o melhor investimento que um país pode fazer para o seu futuro. E um país que não investe no seu futuro está condenado ao fracasso.

 

João Rodrigo da Silva Barros

[artigo de opinião desenvolvido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho] 

Sem comentários: