segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Carros 100% elétricos: será que são o futuro?

          Com o preço recorde dos combustíveis fósseis, em Portugal, a venda de automóveis elétricos disparou em setembro e novamente em outubro, deste ano. Para além do aumento do custo do gasóleo e da gasolina, os incentivos fiscais que o governo concede aos compradores destes veículos e o facto de serem mais “amigos” do ambiente também influenciam a sua crescente comercialização.

          Neste momento, a mobilidade elétrica corresponde a cerca de 27,6% do mercado automóvel Português (dados da Associação Automóvel de Portugal) e a tendência é para aumentar cada vez mais. Mesmo com a situação pandémica e com o poder de compra das famílias enfraquecido, a venda de carros elétricos não caiu.

A verdade é que a compra deste tipo de veículos é aliciante, pois existem múltiplas vantagens. Em primeiro lugar, a revisão deste tipo de automóvel é mais em conta, porque não é necessário mudar o óleo do motor, por exemplo. Outro dos benefícios é que os carros elétricos não pagam IUC (Imposto Único de Circulação). Também as empresas que adquirem veículos movidos a eletricidade para renovar as suas frotas têm proveitos extras, face aos particulares. Já sabemos que, para o meio ambiente, a mobilidade elétrica é melhor. Mas será que também é para o consumidor?

          Vejamos que, para além das vantagens adjacentes à compra de um carro elétrico, também existem desvantagens. Normalmente, o valor da sua aquisição é superior ao valor dos outros automóveis. A autonomia destes veículos é outro ponto que os desfavorece. Para viagens mais longas, coloca-se a questão: será que existem pontos de carregamento automóvel suficientes para assegurar a chegada ao local pretendido? De facto, existem cada vez mais postos de carregamento no nosso país. Todavia, comparando postos de abastecimento, os postos para veículos elétricos são escassos.

          Uma questão pertinente, face a esta temática, é o valor do carregamento destes veículos. Um estudo realizado pelo site electromaps mostra que o custo médio da carga total de um carro elétrico com uma bateria de 60 kWh, é 13,25€. Portugal, comparado com outros 37 países, pertence aos mais caros para carregar um automóvel elétrico.

          Face à informação citada, é possível afirmar que estes automóveis são um bom investimento para o uso citadino. Além do mais, não poluem tanto o planeta terra. Porém, cada indivíduo escolhe o automóvel que melhor se adapta ao seu estilo de vida, às suas possibilidades financeiras e aos valores que defende.

          É notório que, cada vez mais, os cidadãos portugueses têm uma maior preocupação com as problemáticas ambientais. Portanto, na minha opinião, os automóveis elétricos são o futuro e a nova geração é cada vez mais adepta destes. A verdade é que, mais dia menos dia, os automóveis movidos a combustíveis fósseis irão acabar por desaparecer.

          Concluindo, defendo que o governo Português deveria incentivar de forma mais aliciante a mobilidade elétrica. Desta forma, a emissão de gases poluentes para a atmosfera iria diminuir drasticamente. Isso só traria consequências positivas para o nosso país, para a economia e, especialmente, para meio ambiente. Para que isto aconteça, é fundamental combater a desinformação que existe neste momento, face a esta temática. A meu ver, os consumidores não estão suficientemente informados de todos os benefícios que os carros elétricos possuem.

 

Angélica Fernandes

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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