sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Evolução das taxas de juro no crédito à habitação em Portugal

O que são as taxas de juro no crédito à habitação? Os empréstimos à habitação são contratados com taxas de juro que podem ser variáveis, fixas ou mistas.

Nos empréstimos com taxa de juro variável, a taxa de juro é dada pela soma de duas componentes: o indexante (taxa de juro de referência) e o spread. O indexante corresponde à taxa de referência do mercado monetário interbancário (Euribor - European Interbank Offered Rate), que resulta da média de cotações fornecidas por um conjunto de bancos europeus. O cliente pode escolher diferentes prazos, sendo que os mais usados são a Euribor a 3, 6 ou 12 meses. O spread é a componente que acresce ao indexante e é definida pela instituição de crédito livremente para cada contrato, tendo em conta, designadamente, o risco de crédito do cliente, o rácio entre o valor do empréstimo e o valor do imóvel e o seu custo de financiamento.

Nos empréstimos com taxa de juro fixa, a taxa de juro mantém-se a mesma durante o prazo do contrato. Esta é estabelecida pela instituição de crédito de forma livre em cada contrato da mesma forma que acontece com o spread. O contrato com taxa de juro fixa permite ao cliente evitar o risco de variação da taxa de juro, por isso, normalmente, no início do empréstimo, a taxa de juro fixa é maior do que seria num empréstimo igual com taxa de juro variável.

Nos empréstimos com taxa de juro mista, o contrato tem um período com taxa de juro fixa, seguido de um período de com taxa de juro variável. No período com taxa de juro variável, a instituição de crédito não pode rever o valor do indexante com periodicidade diferente do prazo desse mesmo indexante.

Relativamente à evolução desta taxa e dos contratos de crédito à habitação no último ano em Portugal, sabemos que desde setembro de 2020 que a taxa de juro do crédito à habitação tem vindo a descer, tendo, de acordo com dados do INE (Instituto Nacional de Estatística), atingido os 0,785% em setembro de 2021.

Relativamente ao valor médio da prestação paga por contrato de empréstimo, sabemos que subiu para 237 euros, e que, deste valor, 37 euros correspondem a pagamento de juros e 200 euros a capital amortizado. Nos últimos 3 meses, o valor médio da prestação subiu 7 euros.

No que toca ao capital médio em dívida, tendo em conta a totalidade dos contratos, subiu 219 euros em setembro, comparado com agosto, fixando-se em 57.334 euros. Nos contratos celebrados nos últimos 3 meses, o valor médio do capital em dívida foi de 119.518 euros, mais 1.558 euros do que no mês de Agosto.

 

António Vieira Trabulo

[artigo de opinião desenvolvido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho] 

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