quinta-feira, 18 de novembro de 2021

Vale a pena a permanência do teletrabalho?

      O mundo está em constante mudança e evolução, tendo um contexto social e económico que deve buscar se adaptar a estas mudanças. A crise pandémica da Covid-19 foi um desses grandes desafios, tanto em termos sociais quanto económicos. As empresas tiveram que se adaptar ao confinamento obrigatório, criando novas formas de trabalho, para que a produtividade não fosse deixada de lado. Em Portugal, no ano de 2020, a porcentagem da população empregada que esteve em regime de teletrabalho foi elevada, até mesmo porque este regime de trabalho, num contexto “normal”, não é tão adotado em Portugal.

De acordo com o INE, em 2020, no primeiro trimestre, havia 597,5 mil pessoas que trabalharam sempre em casa ou quase sempre, representando 12,3% da população empregada, no segundo trimestre 1 094,4 mil pessoas (23,1% da população empregada) e já no terceiro trimestre do mesmo ano foram 681,9 mil (14,2%). Foi posto como um desafio muito grande o trabalho remoto, uma mudança repentina que acarreta tanto benefícios quanto riscos para as empresas, trabalhadores e sociedade. Entre eles podemos destacar alguns:

·       Benefícios

i)     para os trabalhadores - deslocamentos e gastos reduzidos; maior autonomia, concentração e produtividade; motivação e satisfação profissional; bem-estar e satisfação;

ii)  para as empresas - um aumento da produtividade; infraestruturas reduzidas; flexibilidade organizacional; diminuição de custos; e

iii)  para a sociedade - redução de níveis de poluição; oferta de serviços virtuais; resposta ao fenómeno da globalização.

·       Riscos

i)  para os trabalhadores -  o isolamento; stress; distração externa; falta de visibilidade no trabalho; entre outros.

ii) para as empresas - o custo de implementação do teletrabalho; segurança da informação; dificuldade de supervisão e coordenação do trabalho; e

iii)  para a sociedade: a falta da fiscalização das condições de trabalho; e impactos económicos.

  Os riscos apresentados anteriormente, com preparação e desenvolvimento para serem combatidos, aumentam os pontos de vantagem em relação a esta forma de trabalho. Levando em consideração também o grande aumento de bem-estar e satisfação para os indivíduos, o teletrabalho é sim vantajoso para as três partes (trabalhadores, empresas e sociedade) e vale a permanência do mesmo. Mas sim, como em tudo, há opiniões divergentes em relação à permanência do teletrabalho: tanto indivíduos que acreditam ser vantajoso, como indivíduos que acreditam que o trabalho presencial é preferível. Uma opinião e decisão que também depende do tipo de trabalho que está a ser realizado.

 

Paula Furbina Lana

[artigo de opinião desenvolvido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho] 

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