sexta-feira, 26 de novembro de 2021

“Reativar Turismo | Construir Futuro”

A transição de 2019 para 2020 ficou marcada pelo surgimento inesperado de uma crise pandémica suscitada pelo vírus Sars-Cov2, usualmente designado Covid-19. Este período destaca-se pela incerteza associada quer aos impactes globais quer à durabilidade das consequências. 

Desde o seu surgimento e propagação, certas convicções têm acompanhado a evolução da pandemia, nomeadamente: o impacte global, sem poupar países ou populações; o sentimento de insegurança decorrente de uma ameaça global invisível; a dificuldade em encontrar soluções para a contenção dos canais de transmissão em tempo útil; e o impacto negativo sentido em todos os setores de atividade económica.

Com o intuito de controlar a situação pandémica, diversos governos implementaram regras quanto à circulação. Estas normas provocaram uma forte contração da atividade económica, com efeitos particularmente nocivos no setor do turismo. Para Portugal, um país em que o turismo é um dos principais motores da atividade económica nacional, os efeitos agravaram-se.

Através da análise dos gráficos seguintes, constatamos que, em 2019, a indústria turística empregava 365 269 indivíduos e o saldo da sua balança de pagamentos igualava os 13 107,85 milhões de euros. Contudo, com o surgimento da crise sanitária, o número de indivíduos empregues neste setor registou um decréscimo de 7,79%, o que equivale a 336 810 funcionários. Relativamente ao saldo da balança de pagamentos deste setor, depreendemos que, em 2020, correspondia a 4 957,80 milhões de euros, o que reflete uma redução de 62,18%.

              Fonte: Banco de Portugal

                Fonte: PORDATA

Tendo presente a importância do turismo para a economia portuguesa, o Governo decidiu implementar um programa de modo a reativar esta indústria. A iniciativa “Reativar Turismo | Construir Futuro” incide em quatro pilares de atuação: apoiar empresas, fomentar segurança, gerar negócio e construir futuro. Este plano é constituído por ações de curto, médio e longo prazos, que permitirão ultrapassar os 27 milhões de euros de receitas turísticas em 2027.

No imediato, a ação do governo centra-se no apoio às empresas, efetivando esta prioridade através da implementação de diversas medidas, destacando-se: a criação de instrumentos dedicados à capitalização das organizações, nomeadamente o Fundo para a Capitalização das Empresas, e a elaboração de mecanismos de apoio ao desenvolvimento e consolidação da estratégia operacional das empresas, tal como a Rede Integrada de Apoio ao Empresário, a qual conecta digitalmente o Turismo de Portugal, as entidades regionais de turismo, as associações empresariais do setor e as equipas de turismo no estrangeiro numa plataforma comum.

Fomentar Segurança é outro dos objetivos do plano, o qual atuará essencialmente na criação de condições que possibilitem o reforço da confiança no turismo. Para isso, o Turismo de Portugal analisou as novas necessidades do mercado, uma vez que o surgimento da pandemia realçou a importância de questões relacionadas com a higiene, atualizando, neste sentido, os requisitos do Selo Clean & Safe 2.0 e do Programa Adaptar 2.0, entre outras medidas.  

Na perspetiva do pilar “Gerar Negócio”, é fundamental estimular a competitividade deste setor, nomeadamente, através da promoção nacional e internacional, da aposta em segmentos diversificados, do alargamento a novos mercados de maior valor acrescentado, da continuidade da política de reforço das acessibilidades aéreas, entre outros projetos.

Finalmente, o último eixo de atuação, Construir Futuro, pretende construir um turismo mais responsável, mais sustentável e capaz de gerar mais valor acrescentado, mediante formações, inovação tecnológica, etc.

Assim, em forma de conclusão, considero que é urgente a implementação destas medidas, dado que Portugal é um país em que o turismo assume um papel crucial no crescimento económico. Além disso, julgo que seja necessário impulsionar o turismo realizado por residentes, visto que o futuro é incerto.

 

Ana Catarina Gonçalves Caridade

[artigo de opinião desenvolvido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho] 

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