Em 2020, identifica-se e conhece-se um vírus respiratório (SARS-CoV-2) que se alastra rapidamente por todo o mundo. O rápido contágio desta infeção num curto prazo de tempo moveu todos os países para uma situação de incerteza e insegurança visto que nenhum destes teria preparação e conhecimentos para o combater.
A
dia 2 de março de 2020, foram registados os dois primeiros casos de covid-19 em
Portugal e, tal como todos os outros países, também Portugal teve de tomar inúmeras
decisões de forma rápida de modo a retardar a enorme propagação do vírus. Foi
então que, com o avançar do número de casos de infeção, decidiu fechar todos os
lugares que poderiam contribuir para a propagação do vírus.
A
chegada do confinamento teve consequências Sociais e Económicas e o
encerramento temporário de inúmeras empresas resultou em que muitas destas não
tivessem possibilidade de continuarem abertas e, as que tinham essa
possibilidade, não produziam receita suficiente para sustentarem os salários dos
seus funcionários. Desta forma, o desemprego começou a aumentar.
Em
setembro de 2019, o emprego registado, em Portugal, era de 301 282 indivíduos. A
meio da pandemia, o aumento de desemprego, comparativamente a setembro de 2019,
era significativamente maior. Deste modo, em setembro de 2020, existiam 410 174
pessoas na categoria de desemprego registado, o que nos dá um aumento de 36,1%
do desemprego entre setembro de 2019 e de 2020.
Não
só em Portugal o desemprego aumentou de forma gradual, mas também em vários
outros países, como Brasil, Espanha, Itália e Chipre. Pesquisas demostram ainda
que Itália, Espanha e Chipre foram os países do sul da Europa que registaram as
maiores quedas nas taxas de emprego e que o maior desemprego registado foi nas
mulheres, devido a obrigações de assistência domiciliar durante a pandemia.
Podemos
ainda concluir que o aumento do desemprego teve um impacto muito grande nas
famílias portuguesas dado que existiam, no final de março de 2020, 5.902
famílias nas quais nenhum elemento do agregado familiar trabalhava. Isto
demostra que existiam 5.902 famílias sem qualquer tipo de rendimento, que
desconheciam se viriam a conseguir emprego e com a incerteza de ter, ou não, dinheiro
para as suas necessidades básicas nos tempos que se seguiam.
A
verdade é que as consequências do covid foram conhecidas ao longo do ano e
Portugal agiu de uma forma rápida para as minimizar. Apesar de ter dado
diversos apoios, estes não foram suficientes para evitar todo o desemprego que
se veio a conhecer mas, ao longo do ano, e com a reabertura das lojas,
restaurantes, e muitos outros estabelecimentos, o desemprego veio a diminuir. Em
setembro de 2021, foram registados 359 148 desempregados, ou seja, entre
setembro de 2020 e setembro de 2021, houve uma diminuição do desemprego em 12,4%.
No
futuro, mesmo que nos achemos mais atentos e preparados para outro vírus, a
verdade é que nunca conseguimos estar preparados para o desconhecido e teremos
de voltar para o nosso ponto inicial: para a necessidade de diagnóstico,
procura de uma vacina segura e eficaz, tomada de decisões rápidas para
diminuição da propagação, diminuição rápida das consequências. Assim, iremos
voltar ao momento de insegurança e instabilidade económica e social que
passamos e teremos da voltar a contornar.
Eduarda Castro
[artigo de opinião desenvolvido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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