segunda-feira, 1 de novembro de 2021

O Impacto da Inflação nos Gastos

A inflação é um termo económico utilizado para designar um aumento geral dos preços de bens e serviços. Deste modo, não afeta só o custo de vida mas também outros fatores, como as taxas de juro em contas poupança, o desempenho de empresas e o preço de ações.

Se o rendimento de um indivíduo não aumentar proporcionalmente ao crescimento da taxa de inflação, trata-se de uma perda do poder de compra. Este processo acontece uma vez que o preço dos bens e serviços aumenta. Por consequência, o consumo e o investimento são encorajados. Dado que o dinheiro vai perder valor, é mais vantajoso comprar produtos ou serviços que o retenham.

A inflação atinge com maior incidência as pessoas que guardam dinheiro nas suas casas ou no banco com taxas de juros baixas, visto que a taxa de inflação é maior que a taxa de juros. Em termos reais, o retorno é negativo. Porém, isto não quer dizer que não se deva ter dinheiro em contas poupança, pois estas podem servir como fundos de emergência. Por outro lado, se o dinheiro no fundo de emergência for suficiente para o individuo em questão, investir o dinheiro será uma melhor opção.

Os investidores devem procurar investimentos com retornos que são iguais ou maiores do que a inflação. Fundos de Investimento e ETF’s são opções de baixo risco e com retorno superior à inflação, não perdendo assim poder de compra e ao mesmo tempo tendo retorno. Outras boas opções de investimento que poderão ser utlizadas para cobrir a taxa de inflação são os metais preciosos, como o ouro. Também se consideram investimentos rendíveis aqueles no ramo imobiliário, sendo uma opção das mais populares não só porque é um ativo que retém bem o seu valor, mas também pela possibilidade de gerar rendimento passivo.

A inflação não é sinónimo de um acontecimento puramente negativo, tendo em conta que, para os detentores de dívidas e hipotecas, o efeito inflacionário reduz o valor da dívida em termos reais. Por exemplo, o valor definido para hipotecas sobre as propriedades mobiliárias será uma fração do valor da casa na atualidade.

Há também uma relação entre o desemprego e a inflação: quanto menor a taxa de desemprego maior a taxa de inflação. Uma relação inversa denominada por curva de Philips. Uma menor taxa de desemprego reflete-se num maior rendimento na economia, o que resultada numa procura elevada de bens e serviços. Quanto maior a procura maior a liberdade das entidades empresarias para aumentar o preço dos bens e serviços. Consequentemente, é observado um crescimento na economia.

A inflação desencoraja a poupança visto que o poder de compra diminui ao longo do tempo. Isto incentiva os consumidores e negócios a gastar e investir. A relação inversa entre o desemprego e a inflação provoca um aumento no crescimento económico, sendo que há um número maior de postos de trabalho.

Finalmente, a inflação pode também levar a aumentos de taxas de juros, o que causaria um aumento dos encargos com hipotecas, empréstimos, entre outros. Se as taxas de juro forem baixas, as empresas e indivíduos têm a possibilidade de requerer empréstimos com maior acessibilidade para começarem negócios, contratar novos trabalhadores e, até, comprar casas. Em suma, uma taxa de juro baixa incentiva o consumo e o investimento, proporcionando um aumento na taxa de inflação.

 

Luís Oliveira

[artigo de opinião desenvolvido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho] 

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