A inflação é um termo económico utilizado para designar
um aumento geral dos preços de bens e serviços. Deste modo, não afeta só o
custo de vida mas também outros fatores, como as taxas de juro em contas
poupança, o desempenho de empresas e o preço de ações.
Se o rendimento de um indivíduo não aumentar
proporcionalmente ao crescimento da taxa de inflação, trata-se de uma perda do poder
de compra. Este processo acontece uma vez que o preço dos bens e serviços
aumenta. Por consequência, o consumo e o investimento são encorajados. Dado que
o dinheiro vai perder valor, é mais vantajoso comprar produtos ou serviços que
o retenham.
A inflação atinge com maior incidência as pessoas que
guardam dinheiro nas suas casas ou no banco com taxas de juros baixas, visto
que a taxa de inflação é maior que a taxa de juros. Em termos reais, o retorno
é negativo. Porém, isto não quer dizer que não se deva ter dinheiro em contas
poupança, pois estas podem servir como fundos de emergência. Por outro lado, se
o dinheiro no fundo de emergência for suficiente para o individuo em questão, investir
o dinheiro será uma melhor opção.
Os investidores devem procurar investimentos com retornos
que são iguais ou maiores do que a inflação. Fundos de Investimento e ETF’s
são opções de baixo risco e com retorno superior à inflação, não perdendo assim
poder de compra e ao mesmo tempo tendo retorno. Outras boas opções de
investimento que poderão ser utlizadas para cobrir a taxa de inflação são os
metais preciosos, como o ouro. Também se consideram investimentos rendíveis
aqueles no ramo imobiliário, sendo uma opção das mais populares não só porque é
um ativo que retém bem o seu valor, mas também pela possibilidade de gerar
rendimento passivo.
A inflação não é sinónimo de um acontecimento puramente
negativo, tendo em conta que, para os detentores de dívidas e hipotecas, o
efeito inflacionário reduz o valor da dívida em termos reais. Por exemplo, o
valor definido para hipotecas sobre as propriedades mobiliárias será uma fração
do valor da casa na atualidade.
Há também uma relação entre o desemprego e a inflação: quanto
menor a taxa de desemprego maior a taxa de inflação. Uma relação inversa
denominada por curva de Philips. Uma menor taxa de desemprego reflete-se
num maior rendimento na economia, o que resultada numa procura elevada de bens
e serviços. Quanto maior a procura maior a liberdade das entidades empresarias
para aumentar o preço dos bens e serviços. Consequentemente, é observado um
crescimento na economia.
A inflação desencoraja a poupança visto que o poder de
compra diminui ao longo do tempo. Isto incentiva os consumidores e negócios a
gastar e investir. A relação inversa entre o desemprego e a inflação provoca um
aumento no crescimento económico, sendo que há um número maior de postos de
trabalho.
Finalmente, a inflação pode também levar a aumentos de
taxas de juros, o que causaria um aumento dos encargos com hipotecas,
empréstimos, entre outros. Se as taxas de juro forem baixas, as empresas e
indivíduos têm a possibilidade de requerer empréstimos com maior acessibilidade
para começarem negócios, contratar novos trabalhadores e, até, comprar casas. Em
suma, uma taxa de juro baixa incentiva o consumo e o investimento,
proporcionando um aumento na taxa de inflação.
Luís Oliveira
[artigo de opinião desenvolvido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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