Desde que o ser humano descobriu a importância de organizar-se para atingir determinados objetivos, ele busca ações que se realizam de forma a otimizar recursos. Não se pode falar de ética e racionalidade económica sem antes se ter noção de o que são tais coisas. Sendo assim, a ética é a ciência que estuda os valores que formam o comportamento do homem, enquanto a racionalidade económica é a forma como o indivíduo, governo ou empresa utiliza os seus recursos económicos de forma racional.
A ética tem, por
sua vez, grande importância no campo das decisões económicas, visto que estuda
a moralidade do agir humano. Segundo Aristóteles, a ética está nas praxes, ou
seja, em nossas condutas, visto que ela também orienta o comportamento no mundo
dos negócios.
No campo da
racionalidade económica, Herbert Simon destacou que o ser humano, por si, é
ambicioso, e usa expedientes operacionais para determinar o que lhe convém a
cada momento. A racionalidade económica traduz-se, por um lado, na máxima
realização e, por outro lado, na economia de meios, por exemplo, o consumidor
individual procurando obter a máxima satisfação das suas múltiplas
necessidades, com um rendimento limitado. Vai, por um lado, satisfazer primeiro
as necessidades mais prementes, que chamamos de máxima realização e, por outro,
adquirir os bens ao menor preço possível, que chamamos de economia de meios.
A empresa,
procurando obter os maiores lucros possíveis, irá reduzir os custos de produção
(economia de meios), venderá os bens ao preço mais elevado possível (máxima
realização).
O Estado vai
afetar os recursos escassos de que dispõe para a satisfação das necessidades
coletivas procurando proporcionar o máximo bem-estar aos cidadãos, ou produzir
bens e serviços com o mínimo de recursos. Deste modo, conseguimos perceber a
importância de se fazer escolhas racionais.
Dispondo de bens
escassos e suscetíveis de utilizações alternativas, as pessoas irão aplicá-los
na satisfação das suas múltiplas necessidades de modo a conseguirem a máxima
satisfação. Nisto consiste o princípio da Racionalidade Económica.
O Estado pode e
deve atuar como reforço aos incentivos mencionados, fazendo valer os direitos
de propriedade implícitos nas leis, o que tem um papel sinalizador. Por exemplo,
os agentes que não cumprem contratos podem ser impedidos de participarem em
processos de licitações pública.
Será que a ética e
a Racionalidade Económica são conciliações impossíveis?
Embora parecendo
fácil, existem variáveis, fatores incontroláveis e inesperados, e pode-se
afirmar que a ética e a racionalidade económica são conciliações possíveis, que
partem do comportamento ético e responsável de cada individuo. A isto chamos de
forma de controle.
Em suma, o comportamento ético e racional
representa um valor da sociedade moderna. Existem falhas no comportamento dos
indivíduos, das organizações e das sociedades. Mudanças nas atitudes dos
indivíduos podem corrigir essas falhas. Portanto, não haverá sociedade ética se
as empresas, os indivíduos e a sociedade em geral não se comportarem de forma
ética.
Sofia Gil
[artigo de opinião produzido no âmbito da
unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de
Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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