Em 2016, Lisboa tornou-se
palco do maior congresso de empreendedorismo, tecnologia e inovação da Europa.
A Web Summit é um evento que se
centra na tecnologia da internet e possibilita o encontro de várias start-ups, líderes empresarias e
investidores de topo. No entanto, toda a gente interessada é convidada a
assistir às várias conferencias e explorar os diferentes expositores com as
mais recentes inovações.
O evento será realizado
em Lisboa até 2028, uma vez que, em 2018, o CEO, Paddy
Cosgrave, assinou um contrato de 10 anos, devido, principalmente, ao
compromisso entre o Governo português e o Município de Lisboa de um
financiamento de 11 milhões de euros por ano e um aumento do espaço.
Portanto, Portugal
investe bastante dinheiro todos os anos em infraestruturas e logística para que
seja possível a realização deste evento, esperando retornos bastante elevados em
troca. Por enquanto (pelo menos nas edições realizadas até 2019), o evento não
conseguiu atingir os valores desejados, mas estes vão aumentando ao longo dos
anos, como consequência do crescimento do número de participantes. Se tomarmos
como exemplo 2019, a expectativa do VAB era de 124,3 milhões de euros e 58,4 milhões
de euros de receita fiscal, porém, os valores obtidos foram, respetivamente, 69,8
e 29,7 milhões de euros. Igualmente, a criação de empregos e as despesas com o
evento também foram menores que as previstas. É de notar, contudo, que não se pode
ter em atenção apenas os valores obtidos nos 4 dias de evento, uma vez que este
origina, também, uma influência futura, direta e indireta, muito positiva na
economia do país.
Um dos grandes benefícios deste acontecimento
é a abertura do país, mais precisamente Lisboa, ao mundo, como capital
tecnológica, tornando-a um íman para investidores e start-ups do estrangeiro. Apesar deste não estar diretamente
relacionado com os investimentos, muitas multinacionais, que têm investido em
Portugal nos últimos tempos, falam favoravelmente da Web Summit e dos seus impactes. Do ponto de vista das start-ups nacionais, estas ganham uma
grande visibilidade e a possibilidade de fazer networking com potenciais clientes, captando apoio financeiro mais
facilmente.
Tendo em conta tudo o que
foi referido anteriormente, o Ministro de Estado e da Economia indica que o
impacte da Web Summit na economia é
bastante positivo e compensa o investimento português realizado na cimeira. O
referido é totalmente verdade, uma vez que este evento possibilita uma maior
visibilidade ao país no estrangeiro e evidencia os nossos recursos e capacidades,
assim como as apostas que estão a ser feitas no desenvolvimento e inovação no
ramo das tecnologias, ou seja, a Web
Summit atua como meio de publicitação para o país.
Deste modo, gostava só de
sublinhar que não podemos ter apenas em consideração as notícias sobre o
impacte económico abaixo do previsto pelo Governo para decidirmos se a Web Summit é benéfica para Portugal, uma
vez que, para mim, só sentiremos o seu verdadeiro impacte no futuro e não no
presente. Com isto, devíamos aproveitar a oportunidade que nos foi dada para
adotar uma atitude mais pró-ativa, na obtenção de investimento, e potenciando práticas
mais inovadoras.
Bárbara Labajos
[artigo de opinião desenvolvido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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