Black Friday é um evento que promove uma série de descontos em produtos de diversas lojas por todo o mundo. É uma tradição iniciada nos Estados Unidos, que marca o início do período de compras natalícias e ocorre sempre na 4ª sexta-feira do mês de novembro, uma vez que a data é definida a partir do feriado de Ação de Graças, nos Estados Unidos.
Apesar
de hoje em dia a Black Friday ser um
sinónimo de oportunidade para vendedores e consumidores, a origem do termo
possui um significado negativo. O termo Black
Friday é uma expressão em inglês que significa Sexta-Feira Negra e foi
criado pela polícia da cidade da Filadélfia, na década de 1960, para descrever
o tráfego e os tumultos causados no dia seguinte ao Dia de Ação de Graças.
Entretanto, a partir da década de 1980, o termo passou a ser utilizado como
instrumento de marketing para propaganda das ofertas e liquidações.
Portugal
é um dos muitos países que já importou o conceito. A adesão foi grande, tanto
por parte dos comerciantes oriundos de todas as áreas como dos compradores
portugueses, que acreditam na obtenção de uma oportunidade fantástica de
negócio e chegam a formar filas enormes à porta das lojas mesmo antes destas
abrirem.
Apesar
do grande impacte que causa, a Black
Friday perdeu o seu verdadeiro significado visto que agora não se trata
apenas da última sexta-feira do mês de novembro, mas sim da semana que a
antecede, do fim-de-semana seguinte e até da segunda-feira seguinte, que apesar
de apelidados com nomes diferentes, como Black
Week, Black Weekend e Cyber Monday,
possuem a mesma essência. No entanto, do ponto de vista da Economia esta
descaraterização da data tem um peso positivo e crescente.
A
Black Friday também tem sido alvo de
inúmeras críticas pelo facto de se terem vindo a verificar irregularidades
decorrentes desta promoção, como o caso dos preços inflacionados. Muitas vezes,
antecipando a promoção, os comerciantes aumentam o preço dos produtos de forma
a que posteriormente o preço promocional seja na verdade o preço inicialmente
praticado ou, em alguns casos, ainda superior, tentando “vender” a ideia de que
é uma grande oportunidade para o consumidor, quando na verdade não passa de
publicidade enganosa.
O
consumidor está cada vez mais atento e tenta prever estas situações. Procura
manter-se informado, chegando por vezes a fazer listas com os produtos que
realmente deseja adquirir para, chegando o dia da Black Friday, confrontar preços e perceber se compensa ou não
comprá-los, acabando assim por diminuir um pouco o consumo excessivo praticado
pela generalidade dos consumidores que olham para qualquer redução de preço
como uma oportunidade, mesmo não tendo necessidade de adquirir esse produto.
Também com a intenção de fugir destas falsas promoções, a DECO Proteste criou
uma ferramenta fácil e intuitiva que permite ao consumidor confirmar se a loja
em questão está a propor um bom negócio. A ferramenta analisa e apresenta a
variação do preço online de um
produto nos últimos 30 dias. Assim, o comprador fica a saber se o mesmo já
esteve mais baixo ou a igual preço nessa loja.
Apesar
de em certos casos Black Friday ser
sinónimo de grande promoções e oportunidades de comprar aquele produto que
tanto queremos por um preço reduzido, em muitos outros é sinónimo de fraude e
mentira, em que se não fores um consumidor atento acabas por comprar produtos a
preço igual ou superior ao que está em vigor em qualquer outra época do ano.
Por isso, termino com um conselho: informa-te antes de comprar, sê inteligente
e não te deixes enganar pelo marketing fraudulento.
Márcia Alves
[artigo de opinião desenvolvido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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