Os
órgãos de comunicação social são um meio fundamental para se alcançar um
determinado fim, trata-se de veias necessárias para o sangue chegar ao corpo
todo, como por exemplo a forma como cobrem situações de risco como a Covid-19.
A sua extrema relevância pode atuar como amplificador ou atenuador de um
determinado tema.
Muitos
de nós já ouviram a expressão que diz que “há fins que justificam os meios”. A comunicação
social fornece o meio para atingir o objetivo de uma sociedade informada. O
meio usado é apenas considerado legítimo ou não dependendo do quão importante é
alcançar o fim primário de uma sociedade esclarecida sobre um determinado tema,
um comportamento hipócrita que muitos condenam. O cerne será sempre a capacidade
que o jornalismo consegue ter de provocar uma reação cinética na sociedade, levando-a
a questionar comportamentos de políticos e governantes que afetam diretamente o
bem-estar e qualidade de vida desta mesma.
A
cobertura de matérias importantes como a pandemia por parte dos meios de comunicação
social é recorrentemente acusada de sensacionalista, e muitos de nós podemos
concordar com esta acusação. No entanto, estas considerações genéricas não
permitem refletir sobre as hipóteses que afetam o tratamento destas mesmas notícias,
o quão pode ou não despoletar reações negativas ou positivas no seu
desenvolvimento e reação a ela mesma.
A
cobertura de um evento de alta importância, como a Covid-19, que mais
tarde foi declarado como uma pandemia, foi como a ressuscitar, o renascer das
cinzas do destaque da comunicação social tradicional.
Devido à era digital e à constante importância
das redes sociais, o jornalismo como um dia nós o havíamos conhecido ficou
adormecido, como se de um coma induzido tivesse sofrido. A importância dada aos
media nesta situação catastrófica aconteceu sobretudo pela falta de
informação fidedigna, credível e viável de órgãos responsáveis pela saúde pública
e pela economia. Muitas perguntas surgiram e encontram-se ainda hoje por
responder e foi precisamente este o momento de os media, com toda a sua
graciosidade e engenho, entrarem como forma de alento e saciação das grandes
massas.
O
jornalismo de campo voltou com força. Ressurgiram as visitas e pesquisas
constantes ao respetivo epicentro da notícia, investigações elaboradas com a
necessidade de serem credibilizadas e a fuga à circunstância das publicações no
Twitter ou Facebook se tornarem, pelo um simples click, em
notícias reais.
No
entanto, é preciso sublinhar sempre a imprevisibilidade da evolução deste tipo
de eventos, bem como as dificuldades encontradas no jornalismo devido a entidades
oficiais pouco cooperantes e à necessidade fulcral de se adaptarem a temas que
sofrem constantes metamorfoses, como o caso da pandemia da Covid-19.
Maria Helena Mendes
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