O mundo está em constante mudança e evolução, tendo um contexto social e económico que deve buscar se adaptar a estas mudanças. A crise pandémica da Covid-19 foi um desses grandes desafios, tanto em termos sociais quanto económicos. As empresas tiveram que se adaptar ao confinamento obrigatório, criando novas formas de trabalho, para que a produtividade não fosse deixada de lado. Em Portugal, no ano de 2020, a porcentagem da população empregada que esteve em regime de teletrabalho foi elevada, até mesmo porque este regime de trabalho, num contexto “normal”, não é tão adotado em Portugal.
De acordo com o INE, em 2020, no primeiro trimestre, havia
597,5 mil pessoas que trabalharam sempre em casa ou quase sempre, representando
12,3% da população empregada, no segundo trimestre 1 094,4 mil pessoas (23,1%
da população empregada) e já no terceiro trimestre do mesmo ano foram 681,9 mil
(14,2%). Foi posto como um desafio muito grande o trabalho remoto, uma mudança
repentina que acarreta tanto benefícios quanto riscos para as empresas,
trabalhadores e sociedade. Entre eles podemos destacar alguns:
·
Benefícios
i) para
os trabalhadores - deslocamentos e gastos reduzidos; maior autonomia,
concentração e produtividade; motivação e satisfação profissional; bem-estar e
satisfação;
ii) para as empresas - um aumento da
produtividade; infraestruturas reduzidas; flexibilidade organizacional;
diminuição de custos; e
iii) para
a sociedade - redução de níveis de poluição; oferta de serviços virtuais;
resposta ao fenómeno da globalização.
·
Riscos
i) para
os trabalhadores - o isolamento; stress; distração externa; falta de
visibilidade no trabalho; entre outros.
ii) para
as empresas - o custo de implementação do teletrabalho; segurança da
informação; dificuldade de supervisão e coordenação do trabalho; e
iii) para
a sociedade: a falta da fiscalização das condições de trabalho; e impactos
económicos.
Os riscos apresentados anteriormente, com preparação e
desenvolvimento para serem combatidos, aumentam os pontos de vantagem em
relação a esta forma de trabalho. Levando em consideração também o grande
aumento de bem-estar e satisfação para os indivíduos, o teletrabalho é sim
vantajoso para as três partes (trabalhadores, empresas e sociedade) e vale a
permanência do mesmo. Mas sim, como em tudo, há opiniões divergentes em relação
à permanência do teletrabalho: tanto indivíduos que acreditam ser vantajoso,
como indivíduos que acreditam que o trabalho presencial é preferível. Uma
opinião e decisão que também depende do tipo de trabalho que está a ser
realizado.
Paula Furbina Lana
[artigo de opinião desenvolvido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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