Portugal
tem sido um dos destinos mais procurados para passar férias, não só pelos
estrangeiros como pelos portugueses, já tendo sido premiado e destacado várias
vezes.
O
setor do turismo é uma atividade económica fundamental para a criação de
riqueza e emprego em Portugal. Nos últimos nove anos, o país registou uma taxa
de crescimento médio anual de 7,2% nas dormidas, atingindo em 2019 o maior
valor alguma vez registado, nomeadamente 70 milhões de dormidas. No que diz
respeito às receitas turísticas, estas foram de 18,4 mil milhões de euros em
2019.
Com
a COVID-19, Portugal registou, em linha com outros destinos mundiais, uma
quebra acentuada na procura, para 25,9 milhões de dormidas no alojamento
turístico, face a 2019, em consequência das restrições aplicadas à circulação. A
expectativa por parte de algumas agências de rating é de um regresso posterior aos níveis anteriores à crise.
Assim,
o turismo é uma importante fonte para o crescimento e desenvolvimento da
economia dos países, em especial para aqueles com potencial turístico, como é o
caso do nosso. Todavia, em questões económicas, o movimento gerado pelos fluxos
turísticos proporciona impactes.
Os
impactes positivos deste setor são: criação de emprego e construção de
equipamentos; aumento dos níveis culturais e profissionais; modificação
positiva da estrutura económica e social; atração de mão-de-obra de outras
localidades; incremento da produção de bens e serviços; investimentos
estrangeiros; aumento da coleta de impostos; e aumento do consumo de produtos
locais. Já nos impactes negativos
destacam-se: a sazonalidade turística; inflação e especulação imobiliária;
dependência excessiva de capital investidor estrangeiro; mão-de-obra
desqualificada na área; aumento do sub-emprego (como é o caso das vendedoras
ambulantes); e dependência excessiva do turismo.
Ao
longo das últimas décadas, as grandes cidades sempre foram a escolha dos
portugueses por razões como: mais e melhores ofertas de trabalho, escolas, cuidados
de saúde, redes de transportes, entre outras. Mas esse cenário tem vindo a
dissipar-se: os portugueses têm mostrado vontade de se afastarem das grandes
aglomerações. A correria do dia-a-dia leva as famílias a procurarem a paz do
campo, e a proximidade da natureza, na hora de descansar.
Assim
sendo, o Turismo no Espaço Rural é cada vez mais uma opção e o aumento da
procura desse tipo de turismo gerou um grande desenvolvimento na economia rural
e na dinamização das atividades económicas. Em várias zonas do nosso país já é
possível constatar a contribuição positiva do Turismo no Espaço Rural. Este
contribuiu para a criação de postos de trabalho, mas também de empregos
indiretos, pois os estabelecimentos existentes na freguesia servem
fundamentalmente a população local.
Um
casal que invista numa determinada aldeia através, por exemplo, da construção
de um aldeamento turístico, faz com que se crie emprego direto na contratação
de empregados, mas também faz com que aumente o comércio local e a economia.
A
propósito da conservação do património, o TER tem ainda a virtude de contribuir
para a preservação da gastronomia tradicional, dado que as próprias unidades
TER que prestam serviço de restauração têm como imperativo legal a existência
de pratos típicos das regiões onde se integram, como, por exemplo, as papas e
arroz de sarrabulho do Minho, a chanfana na Região da Beira Alta e as açordas e
o ensopado de Borrego no Alentejo. O Turismo no Espaço Rural também veio ajudar
na conservação de outras vertentes do património e tradições.
Podemos
concluir então que o Turismo tem e terá um impacte cada vez maior em Portugal.
A meu ver, o governo deve investir neste setor de forma a ter condições mais
apelativas para atrair investimento e pessoas, mas não depender exclusivamente
deste setor.
Mariana Alves Correia
[artigo de opinião desenvolvido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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