No final de 2019/início de 2020, a população mundial foi atingida por uma crise pandémica sem precedentes. Durante vários meses, vários foram os países que tentaram lutar contra os números catastróficos de casos e óbitos. Muitos foram os que tentaram e muitos foram também os que falharam na produção de uma cura ou de, pelo menos, algo que abrandasse o ritmo de contágios da pandemia.
Fonte:
Our World in Data
Com
base na análise do gráfico que se apresenta, percebemos que todos continentes,
à exceção de África, apresentam uma taxa de vacinação relativamente elevada,
acima, da média mundial. Em termos do maior número de pessoas totalmente
vacinadas, em primeiro lugar, temos a Europa, com 57% da população. Este número
elevado é uma consequência de vários fatores, tais como uma recetividade por
parte da população relativamente positiva, pois apesar dos vários medos, a
sociedade aceitou tomar a vacina para o bem global; serviços de saúde
desenvolvidos e um grande acesso às vacinas.
A
América do Sul, em termos totais (vacinação completa e parcial), é a que
apresenta um maior avanço, com 71% da sua população vacinada. No entanto, reparamos
que o Continente Africano apresenta uma taxa absurdamente baixa de apenas 6,8%
da população totalmente vacinada, e com 3,2% da população parcialmente
vacinada. Com estes dados, conseguimos perceber a discrepância entre os países
mais ricos e os países mais pobres, uma vez que maior parte da pobreza mundial
se situa no continente Africano.
A
Organização Mundial de Saúde já apelou, mais de que uma vez, para que os países
mais pobres sejam ajudados por aqueles que têm mais possibilidades, para que
eles tenham a mesma oportunidade de poderem ser vacinados contra esta doença.
Já muitos foram os países que responderam aos apelos da OMS e prometeram a entrega
de vacinas para os países mais carenciados, mas a verdade é que, se olharmos
para os dados, percebemos que só 6,8% da população africana tem a vacinação
completa, enquanto que alguns países mais desenvolvidos já se encontram a
administrar a terceira dose da vacina.
Em
conclusão, a vacinação contra a covid-19 veio mais uma vez demonstrar um
problema, que sempre existiu, mas que as pessoas muitas vezes descartavam: a
desigualdade. Percebemos que só aqueles com mais poder monetário teriam acesso
a um bem que deveria ser igual para todos, pois trata-se de um problema
mundial. Sendo assim, a entreajuda entre os países deveria ser maior, pois se
todos os países que têm mais poder económico se juntassem a vacinação chegaria
mais depressa aos países com menos recursos.
Ana Margarida Queirós da Costa
Referência do gráfico
https://ourworldindata.org/covid-vaccinations?country=OWID_WRL
[artigo de opinião desenvolvido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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