Com o preço recorde dos combustíveis fósseis, em Portugal, a venda de automóveis elétricos disparou em setembro e novamente em outubro, deste ano. Para além do aumento do custo do gasóleo e da gasolina, os incentivos fiscais que o governo concede aos compradores destes veículos e o facto de serem mais “amigos” do ambiente também influenciam a sua crescente comercialização.
Neste momento, a mobilidade elétrica corresponde
a cerca de 27,6% do mercado automóvel Português (dados da Associação Automóvel
de Portugal) e a tendência é para aumentar cada vez mais. Mesmo com a situação
pandémica e com o poder de compra das famílias enfraquecido, a venda de carros
elétricos não caiu.
A
verdade é que a compra deste tipo de veículos é aliciante, pois existem
múltiplas vantagens. Em primeiro lugar, a revisão deste tipo de automóvel é
mais em conta, porque não é necessário mudar o óleo do motor, por exemplo. Outro
dos benefícios é que os carros elétricos não pagam IUC (Imposto Único de
Circulação). Também as empresas que adquirem veículos movidos a eletricidade
para renovar as suas frotas têm proveitos extras, face aos particulares. Já
sabemos que, para o meio ambiente, a mobilidade elétrica é melhor. Mas será que
também é para o consumidor?
Vejamos que, para além das vantagens
adjacentes à compra de um carro elétrico, também existem desvantagens.
Normalmente, o valor da sua aquisição é superior ao valor dos outros
automóveis. A autonomia destes veículos é outro ponto que os desfavorece. Para
viagens mais longas, coloca-se a questão: será que existem pontos de
carregamento automóvel suficientes para assegurar a chegada ao local
pretendido? De facto, existem cada vez mais
postos de carregamento no nosso país. Todavia, comparando postos de
abastecimento, os postos para veículos elétricos são escassos.
Uma questão pertinente, face a esta
temática, é o valor do carregamento destes veículos. Um estudo realizado pelo site electromaps mostra que o custo
médio da carga total de um carro elétrico com uma bateria de 60 kWh, é 13,25€.
Portugal, comparado com outros 37 países, pertence aos mais caros para carregar
um automóvel elétrico.
Face à informação citada, é possível
afirmar que estes automóveis são um bom investimento para o uso citadino. Além
do mais, não poluem tanto o planeta terra. Porém, cada indivíduo escolhe o
automóvel que melhor se adapta ao seu estilo de vida, às suas possibilidades
financeiras e aos valores que defende.
É notório que, cada vez mais, os
cidadãos portugueses têm uma maior preocupação com as problemáticas ambientais.
Portanto, na minha opinião, os automóveis elétricos são o futuro e a nova
geração é cada vez mais adepta destes. A verdade é que, mais dia menos dia, os
automóveis movidos a combustíveis fósseis irão acabar por desaparecer.
Concluindo, defendo que o governo
Português deveria incentivar de forma mais aliciante a mobilidade elétrica. Desta
forma, a emissão de gases poluentes para a atmosfera iria diminuir
drasticamente. Isso só traria consequências positivas para o nosso país, para a
economia e, especialmente, para meio ambiente. Para que isto aconteça, é
fundamental combater a desinformação que existe neste momento, face a esta
temática. A meu ver, os consumidores não estão suficientemente informados de
todos os benefícios que os carros elétricos possuem.
Angélica Fernandes
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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