A Black Friday marca o início da época de compras natalícias e, tendo a sua origem nos Estados Unidos da América, rapidamente se alastrou para o resto do mundo, sendo que dada a afluência ao negócio nesse dia os grandes retalhistas e armazéns viram nela uma excelente oportunidade de negócio.
Em teoria, representa
tanto muitas vendas para os lojistas como também boas oportunidades para os
clientes, sendo que nesse dia (ou dias, pois atualmente em muitos casos dura
quase uma semana) existem variadas promoções em praticamente todos os negócios
retalhistas. De facto, para muita gente, este evento é bastante útil para economizar,
“poupar uns trocos”, fazendo já as suas compras natalícias, mas é inegável que
também é marcado pela cultura consumista, sendo que em grande parte dos casos
são realizadas compras por impulso devido à exposição que é feita aos
consumidores de ofertas atraentes.
Sendo um fenómeno global, o nosso país também não fugiu à regra. Tendo começado
a ganhar mais relevância a partir de 2014/2015, altura em que era um evento
pouco celebrado em Portugal. Hoje em dia é muito difícil encontrar um português
que não saiba o que é a Black Friday.
Se já em 2020 a Black Friday foi
importante para impulsionar uma economia bastante abalada pela pandemia,
espera-se um crescimento de importância ainda superior este ano, constituindo
também uma excelente oportunidade não só para as grandes superfícies como para
os pequenos negócios, que cada vez mais aderem e adaptam-se a estes novos
tempos, apesar de um crescimento de importância cada vez maior do comercio
digital.
Em 2020, estima-se que, a nível global, as vendas do e-commerce atingiram cerca de 87 mil milhões de euros, sendo que em Portugal também cresceu 27% face ao ano transato, também motivado pelo contexto pandémico, tornando Portugal num dos países da Europa em que o e-commerce mais cresceu.
Para 2021, espera-se que a tendência se mantenha, sendo que as previsões de um estudo da Netsonda apontam para que 89% dos portugueses realize compras no dia 26 de novembro e que, em média, vão ser gastos 327 euros por cabeça, um aumento de 5 euros face a 2020. É também esperado que não cresça apenas o comércio digital, mas sim também o comércio nas lojas físicas, sendo que os portugueses começam novamente a ficar cada vez mais confortáveis com a ideia de regressar às lojas físicas, o que fará uma forte contribuição para o pequeno comércio.
Há também cuidados a ter pois cada vez mais há um aproveitamento de burlões/criminosos do evento. Face a uma importância cada vez maior do comércio digital, semanalmente são detetados 5300 sites fraudulentos, o que faz com que seja cada vez mais necessária uma maior atenção aos riscos do e-commerce.
Face aos factos apresentados, por muito que a Black Friday possa estar associada ao consumismo e a uma ideia
generalizada de aproveitamento das grandes empresas face ao consumidor, não há
duvidas que será um impulsionador importantíssimo para praticamente todas as
economias mundiais.
Henrique
Moreira
[artigo de opinião desenvolvido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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