sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Ciclos político-eleitorais

O tema que decidi abordar designa-se por ciclos político-eleitorais.
Com a aproximação do período de eleições, os autarcas investem sempre muito mais. Por exemplo, na vila onde eu moro sempre que as eleições estão perto há novas inaugurações, melhoramento de estradas e bastantes obras visíveis. Isto não acontece por obra do acaso: os autarcas fazem-no de maneira a tentar obter o maior número de votos possível.
O calendário das eleições autárquicas é o "guia" do lançamento de obras por parte dos municípios, e as inaugurações coincidem sempre com o final do mandato.
Estudos sobre este tema comprovam que nos últimos anos de mandato os gastos por parte dos autarcas são visivelmente maiores, e são fundamentalmente obras de grande visibilidade de maneira a serem notadas, como por exemplo novas estradas.
Na minha opinião, estas tomadas de decisão não são corretas na medida em que os decisores políticos estão a pôr os seus interesses acima dos interesses dos cidadãos, o que, pelo menos na minha cabeça, não faz sentido.
Analisadas as contas das autarquias, um estudo de dois professores da Universidade do Minho revela que, nos anos de eleições, há um aumento das despesas totais de 4 por cento, das de capital de 7,5 por cento  e das de investimento de 8,2 por cento.
Os resultados conseguidos pelo estudo anteriormente mencionado sugerem que os presidentes de câmara aumentam as despesas de investimento não apenas nos anos de eleições autárquicas e nos anos que as antecedem, mas também nos anos em que existem eleições legislativas. Revela ainda que os autarcas de partidos de esquerda são mais “oportunistas” que os autarcas de partidos de direita.
São inúmeros os deveres do Estado, todos eles garantidos pela Constituição. Entre eles, estão a saúde, a segurança, a habitação, a educação, o emprego e, por último, mas não menos importante, o bem-estar social.
Após obter dados sobre a temática e analisá-los, concluo que o Estado deveria garantir, ou pelo menos tentar, o bem-estar social, o que não acontece quando os autarcas decidem tomar políticas de investimento para atração de votos.
Concluindo, na minha opinião deveria ser feito algo para contrariar estas decisões por parte dos autarcas, na medida em que tal vai contra os deveres do Estado para com os cidadãos.

Pedro Pereira

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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