Todos os dias
vemos e ouvimos variadíssimas notícias acerca da economia do nosso país,
noticias estas que têm invariavelmente a palavra crise associada. Contrariando
esta tendência surge o Turismo como um dos grandes fatores expansionistas de
Portugal, tendo um peso de 6,4% no PIB (em 2015).
Ao falar do
turismo português temos de realçar as vantagens comparativas em relação a outros
países da UE, vantagens essas que partem, por exemplo, da assimetria que existe
dentro de um país que em termos de território é tão pequeno. É esta assimetria
que, a meu ver, nos traz muitos turistas, porque tanto cativamos os amantes de
destinos “Sea, Sun and Sand”, por exemplo na Região do Algarve, como aqueles
que preferem viagens que lhes proporcionem vivências a nível cultural, em
cidades históricas como Guimarães. E quem diz Algarve e Guimarães diz todas as
outras cidades, vilas e aldeias que vão de norte a sul do nosso país, e diz
também Açores e Madeira, não fosse a Madeira vencedora na categoria “Ilhas” dos
World Travel Awards 2016.
Temos ainda de
ter em conta o clima de grande insegurança que a Europa e o Mundo atravessam, e
sendo Portugal, comparativamente com outros destinos turísticos, uma opção mais
segura, capta desta forma mais turistas. A DVR (associação alemã das agências
de viagem) admitiu até que as viagens de alemães para Portugal aumentaram 20% devido
à instabilidade vivida na Turquia. Desta forma, é importante que Portugal
cative aqueles que nos preferiram a outros destinos, de maneira a que estes
continuem a ter o nosso país como destino nos próximos anos.
A qualidade da hotelaria e investimentos
feitos em projetos como os “Passadiços do Paiva” são também apontados como
principais impulsionadores deste setor, sendo estas das principais razões que
levam Portugal a ser um destino turístico de eleição e que nos trouxe 23
prémios considerados os “Óscares do Turismo”, entre os quais “Melhor destino de
praia na Europa” e “Melhor porto de cruzeiros”.
Tendo em conta
que o desemprego e a dívida externa são dos principais problemas que Portugal enfrenta,
o turismo surge como um forte impulsionador do crescimento económico, tendo contribuído
em 2015 com 10,6 mil milhões de euros em receitas turísticas, e representando
7,9% do emprego em Portugal aliado ao setor transportes, sendo o 33º país onde
este setor mais pesa para a criação de riqueza.
É esperado que dentro de 10 anos, 915 mil
empregos sejam suportados por este setor, vindo a representar 22% do emprego em
Portugal, repartido entre hotéis, agências de viagens, companhias aéreas, entre
outros.
Contudo, para
que este crescimento seja igual ou superior ao previsto, é muito importante que
se continue a apostar cada vez mais na quantidade e qualidade em
infraestruturas turísticas, como aconteceu no ano passado, em que o crescimento
do setor foi acompanhado por um investimento superior a 2,4 mil milhões de euros.
Esse investimento passa, entre outras coisas, pela preservação de monumentos
culturais, pela promoção do país em feiras internacionais, pelo incentivo
financeiro a projetos de hotelaria e pelo desenvolvimento das redes de
transporte.
Em suma, é particularmente
importante que Portugal perceba que este é um caminho importante a seguir para
diminuir o desemprego, criar riqueza, e assim melhorar a economia do país.
Maria Miguel Carvalho
Fontes:
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia
Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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