terça-feira, 25 de outubro de 2016

O sucesso do Airbnb

Antigamente, a ideia de alugar uma casa em outro país parecia demasiado irreal e complicada, especialmente no que toca a destinos menos turísticos e cujo idioma é muito diferente do nosso. Contudo, graças ao Airbnb, viajar pelo mundo tornou-se cada vez mais fácil e acessível.

A gigantesca tendência para o turismo em Portugal não é nenhuma excentricidade que choque a população em redor. O clima agradável, a gastronomia e as cidades, como é o exemplo de Lisboa e do Porto, que contêm variadas histórias, são apenas alguns dos motivos que tornam o nosso país convidativo para pessoas de todo o mundo. Deste modo, seria improvável supor que uma plataforma como o Airbnb não pudesse ser tão bem-sucedida no nosso país como é atualmente.

Note-se que o Airbnb é uma plataforma de hospedagens que foge da acomodação tradicional, e que visa revolucionar a maneira como muitos portugueses reservam alojamento para os seus diversos destinos. Há, portanto, o arrendamento de casas, de apartamentos ou até mesmo de apenas um quarto extra na casa de alguém, isto é, uma ampla variedade para todos os gostos e feitios, e sempre a preços muito acessíveis. Destaca-se assim a principal vantagem: a possibilidade de economizar sem renunciar a uma boa hospitalidade, visto que, como em qualquer outra viagem, a hospedagem é do que mais pesa no orçamento do turista. (Recomenda-se reservas feitas com alguma antecedência de modo a ter poder de escolha nas melhores opções, tanto em termos de preços como de qualidade.)
Para além do preço, a utilização do Airbnb permite não só ao viajante experienciar de forma única a cultura e o ritmo dos habitantes locais como também desfrutar de acomodações tradicionais e excecionais. No ano passado, cerca de 1 milhão de visitantes utilizou a respetiva plataforma para a sua estadia em Portugal, duplicando os visitantes do ano anterior, o que me parece um grande feito!
Consequentemente, este método de hospedagem irá também impulsionar a economia local – com o incremento do setor da construção civil, da indústria, do vestuário e da alimentação. Há também a existência de casos mais extremos: famílias que sofrem dificuldades financeiras ou até mesmo que se encontram desempregadas e que podem vir a beneficiar do Airbnb no combate à pobreza. 

E de entre tantas qualidades, ainda o que mais me cativa é o facto de a confiança ser a base deste projeto. No mundo que conhecemos, é normal que as pessoas sintam receio tanto em receber um hóspede desconhecido em sua casa, como em se deslocar para a casa de um anfitrião que nunca antes viram. Contudo, o Airbnb é conhecido por uma verificação séria do cadastro dos novos usuários (como envio de fotos, endereço, etc.) e que permite um registo de críticas muito útil para o bom funcionamento da acomodação.

Em contrapartida, este tipo de sistema desagrada ao setor hoteleiro, alegando que a respetiva concorrência é desleal – o que já era esperado. Infelizmente, o rápido crescimento do mercado de Airbnb só foi possível porque desafiou algumas leis e regulamentações relacionadas com a hospedagem, como por exemplo regras sanitárias e de segurança, acentuando ainda o facto de que esta não pode ser assegurada a 100%.


Bruna Ferreira

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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