sábado, 1 de outubro de 2016

Portugal cai oito posições no ranking mundial da competitividade 2016/2017

Portugal caiu oito posições no ranking mundial da competitividade 2016/2017, ocupando o 46º lugar numa lista que conta com 138 países. A descida já se tinha verificado no ano anterior, no entanto foi apenas de duas posições.
O Forum Económico Mundial, que todos os anos elabora o relatório de competitividade, que mede a competitividade entre os diferentes países, comparando o nível de produtividade das economias através do cruzamento de vários critérios, coloca, este ano, a Suiça em 1º lugar do ranking, seguida de Singapura e Estados Unidos da América.
Segundo o relatório, a queda de Portugal deve-se, sobretudo, às taxas e impostos, que continuam a ser o fator mais problemático e preocupante para os empresários. A ineficiente burocrática do Governo e a instabilidade política surgem em 2º e 3º lugares, respetivamente, e a legislação laboral ocupa o 4º lugar nos fatores mais problemáticos para a competitividade da economia portuguesa. Por fim, a classe empresarial inquirida tem ainda em conta os regulamentos fiscais e as condições de acesso ao financiamento.
Para Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP, a perda de competitividade justifica-se com a "falta de investimento na modernização das empresas, a ausência de qualificação de grande parte dos empresários e, por outro lado, a falta de resposta do mercado interno" e afirma que a situação pode começar a ser corrigida com uma melhoria dos rendimentos que, consequentemente, trará mais emprego.
Analisando, agora, o relatório na generalidade, vemos que o declive na abertura das economias está a pôr em risco a capacidade dos países crescerem e inovarem, uma vez que o grau de abertura de uma economia caminha de mão dada com o seu crescimento. No caso da Europa, o relatório afirma que as políticas monetárias levadas a cabo foram insuficientes para reativar o crescimento no longo prazo.
Desta forma, confirma-se a acentuação do protecionismo associado a procedimentos alfandegários embaraçosos e a normas que desincentivam os investimentos estrangeiros diretos. É de referir que é, principalmente, nos países mais industrializados e nas economias emergentes que o protecionismo se tem vindo a fazer notar, o que deixa os empresários em dúvida em relação a novos investimentos.

Beatriz Couto Guedes

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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