sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Portugal: converter ameaças em oportunidades

Nos dias de hoje, através de uma análise SWOT feita ao mundo, entenderíamos que existe uma ameaça global que seria facilmente convertida numa oportunidade para o nosso país. O exercício consiste, numa perspetiva interna, em apontar forças e fraquezas do objeto em estudo e, numa perspetiva externa, identificar oportunidades e ameaças ao mesmo objeto. Na zona das ameaças, o terrorismo que se tem alastrado pela Europa estará lá com toda a certeza, mas rodando o prisma, a figura é um bocado diferente quando focamos na ponta oeste da Península Ibérica.
O objetivo desta análise, muitas vezes usada na área do Marketing, passa por entender o que uma organização pode capitalizar do seu sucesso, melhorar o que faz de mal, agarrar as oportunidades externas e combater as ameaças. Numa situação ideal, eliminamos as nossas fraquezas, criando novos pontos fortes, e tornamos as nossas ameaças em oportunidades. Mas o terrorismo, numa análise global, quando numa análise SWOT de Portugal, estaria não do lado das ameaças, mas do lado das oportunidades.
Portugal tem-se vindo a afirmar como uma forte potência na indústria turística a nível mundial, favorecendo um contraste em relação ao resto da Europa. É um destino visto como seguro, permitindo o desvio das atrações de países como França, Alemanha, Reino Unido e outras potências económicas europeias. Torna-se num ciclo de referências onde, com o escalar dos acontecimentos atuais, cada vez mais Portugal passa a ser o destino de eleição dentro e fora da Europa. O investimento cada vez maior na área turística, que beneficia da ausência de conflitos, permite que as ruas não estejam cheias de um alerta constante de que o mundo está em guerra lá fora. Portugal pode ser o casulo durante o Verão e Inverno, graças aos diferentes ambientes de que o país dispõe para agradar aos gostos daqueles que estão a escolher as férias.
Se o alvo destes ataques terroristas estiver marcado para os pontos de referência do mundo ocidental que incluem as grandes potências política e económicas, então o futuro do crescimento turístico parece estar destinado àqueles que menos se exibem no plano global pelo lado positivo, beneficiando de uma capa protetora que promete atrair investimento turístico e as escolhas daqueles à procura de um sítio para fugir ao conflito. Uma das ameaças do mundo acaba por ser uma das maiores oportunidades do nosso país.

João Araújo

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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