quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Emprego e Competências

Escolher um curso com a empregabilidade garantida é uma das preocupações dos jovens na fase das candidaturas ao ensino superior.
Um estudo que teve a participação de 47 empresas nacionais, realizado pelo Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (BCSD), demonstrou quais são as 5 profissões mais procuradas pelas empresas portuguesas num futuro próximo. Segundo o BCSD, entre 2017 e 2020, serão criados de 7,5 a 11,2 mil novos postos de trabalho.
O estudo revelou que as profissões mais procuradas em Portugal, ou seja, as mais escassas da atualidade, são das seguintes áreas: Engenharia Tecnológica, Ciências Económicas, Operações e Logística, Comercial, Marketing Digital e Automação. São áreas de estudo que estão em constante evolução e desenvolvimento.
Já se verifica uma certa dinâmica por parte dos jovens para corresponder às necessidades do mercado de trabalho: em 2015, cerca de 53,3% dos estudantes que se matricularam no ensino superior frequentam as áreas de engenharia, comunicação social, comércio ou matemática.
Segundo o estudo realizado, 7 em cada 10 empresas afirmam que têm necessidade de contratar profissionais de Marketing Digital. Num mundo globalizado, as redes socias, motores de busca e marcas online estão cada vez mais presentes na vida das pessoas. São meios de comunicação não só para entretenimento, mas também são “locais de encontro” entre a empresa e o cliente. Desde o momento em que criamos conta em alguma rede social, passamos a ser potencias clientes das empresas que estão a oferecer os seus serviços através de uma infinidade de publicidade.
Ao mesmo tempo, as empresas consideram que os alunos que acabam o ensino secundário ou o ensino superior não estão bem preparados para as necessidades das empresas. Cerca de 50% das empresas do estudo de BCSD afirmam que o conhecimento final adquirido no ensino superior é desajustado. As empresas, cada vez mais, se apercebem que os recém-licenciados desconhecem a realidade de trabalho.
Hoje em dia não é suficiente acabar um curso superior. Ao longo da sua formação, os alunos devem adquirir competências que as entidades empregadoras consideram fundamentais para o bom funcionamento das empresas, tais como: a capacidade de trabalhar em equipa, liderança e criatividade, orientação para o cliente e para a obtenção de resultados. Ou seja, as empresas procuram mais as competências comportamentais do que as competências técnicas. “Sem estas competências, o sucesso das empresas fica comprometido”, refere o relatório da conferência “Competências críticas do capital humano até 2020”.
No entanto, a questão que também foi salientada na conferência é que as empresas devem saber identificar as suas principais necessidades de recursos humanos, tal como fazem para as outras áreas, a fim de facilitar o recrutamento de novos colaboradores.
Neste sentido, o Ministério de Educação e Ciência e o BCSD Portugal assinaram um protocolo que tem como objetivo promover a proximidade entre as empresas e os estabelecimentos de ensino, bem como levar as empresas a repensar a sua forma de trabalho, para se adaptarem às alterações de mercado.

Marta Dainovich

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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