domingo, 9 de outubro de 2016

Exportações Portuguesas

As exportações são um elemento essencial para que um país consiga ter uma economia sustentável e competitiva. As exportações vão dinamizar o processo de produção, através das economias de escala, vão criar um espírito mais inovador e competitivo nas empresas que se vai refletir na economia.
Em Portugal, registou-se nos últimos anos, mais precisamente entre 2010 e 2014, um aumento do peso das exportações de bens e serviços no PIB, aumentando 10 pontos percentuais, chegando até aos 40%, isto face a um aumento também do peso das importações no PIB, mas apenas de 2 pontos percentuais. O aumento das exportações face a importações fez com que em 2012 Portugal apresentasse uma balança comercial positiva, o que já não acontecia desde o ano de 1995. Portugal apresentou uma capacidade líquida de financiamento de cerca de 0,4% do PIB.
Portugal tem assim feito uma aposta forte na exportação, demonstrando facilidade na exportação de uma série de produtos,  como por exemplo a cortiça, calçado, têxteis e outros  menos conhecidos, como as fibras sintéticas, armas e munições.
Existem 43 tipos de produtos que o nosso país consegue exportar com vantagem comparativa relativamente aos restantes países, mas apenas somos líderes mundiais nas exportações em apenas dois produtos, a cortiça e as fibras sintéticas e artificiais. A evolução das exportações assume grande relevância no comportamento da economia, o que significa que se deve manter ou aumentar o investimento em indústrias que dêem sinais que se conseguem potencializar mais no futuro em termos de exportação, como por exemplo a indústria do calçado, que acabou o ano de 2015 com vendas de 1,9 mil milhões de euros, mesmo estando à “sombra” das marcas italianas. Em 2014, a indústria transformadora foi a que mais contribuiu para as exportações portuguesas, representando 63,1% do total, com destaque para os automóveis, 9,7%, muito devido à Autoeuropa, a fábrica da Volkswagen situada em Setúbal.
Em 2016, as exportações portuguesas sofreram uma descida, com as exportações para Angola a caírem 44,6% no trimestre terminado em março. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), as exportações para a Angola recuaram 334 milhões, na totalidade de todos os grupos de produtos, destacando-se as máquinas e aparelhos, produtos alimentares e metais comuns. Estas variações nos valores de exportação devem-se principalmente à redução dos preços dos combustíveis desde meados do ano passado. O comportamento das exportações de cada um dos meses deste ano até julho mostra uma tendência de quebra face ao respetivo período homólogo, sendo fevereiro a excepção, visto que foi o mês em que as vendas foram superiores às de igual período de 2015.
Sendo as exportações um dos estimuladores principais do desenvolvimento da economia, é essencial que as empresas exportadoras consigam mais apoios do Governo,como por exemplo  a níveis fiscais através da isenção de impostos. Além disso é necessário que haja mais divulgação dos produtos portugueses de modo a serem desejados, e eventualmente comprados, pelos consumidores estrangeiros. Portugal necessita que o resto do mundo dependa mais de produtos nacionais, incentivando a produção de indústrias em franca afirmação no nosso país, como é o caso do calçado.
Concluindo, é necessário haver um aumento da competitividade das empresas, apostando na internacionalização, no empreendedorismo e na inovação. Através destes requisitos, Portugal vai ser mais capaz de fortalecer a sua presença comercial no resto do mundo. É necessário que haja um desenvolvimento de competências na área da inovação, como a criação de mais núcleos de investigação e inovação.

Nuno Afonso Cruz Loureiro

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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