terça-feira, 17 de outubro de 2017

A greve instalada em Portugal

Hoje, em Portugal, um dos temas mais falados e com mais impacto no país é a greve que se instalou por parte dos Enfermeiros. Esta é liderada pelo dirigente sindical José Azevedo, presidente da Federação Nacional dos Sindicatos de Enfermagem, que engloba o Sindicato dos Enfermeiros e Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem e, por José Carlos Martins, presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses. 

Primeiramente, o Sindicato dos Enfermeiros, foi fundado no dia 8 de junho de 1934 e era constituído por cinco enfermeiros, que à data, criaram e defenderam as linhas e as diretrizes que haviam de perdurar até aos dias de hoje. A sua criação teve como principal objetivo a dignificação da Enfermagem, que era um problema recorrente àquela época, uma vez que a população recorria a outras formas de curandeirismo e a situações menos recomendáveis, o que constituía um atentado ao perfil que se pretendia criar de um enfermeiro.

Depois de muitas conquistas e superação, nos dias de hoje, a luta continua! A greve é um direito de todos os trabalhadores e tem como propósito forçar o patronato a ouvir as reivindicações dos cidadãos. Os principais protestos dos Enfermeiros e os temas abordados na reunião com o Ministério da Saúde são o aumento das remunerações e a reimplantação das 35 horas de trabalho semanal. 

É completamente impensável que nos dias de hoje a classe a que pertencem os Enfermeiros continue a ser tão discriminada e considerada inferior e secundária, comparativamente, por exemplo, aos médicos, nomeadamente nos salários. Os médicos são 14% dos funcionários do ministério e ganham 87% da massa salarial total. Os Enfermeiros são 33% e, junto com os outros profissionais, recebem os outros 13%. 

Qual é a justificação para existir tamanha discrepância?  Não existe alguma justificação. Apenas existem os factos, e os factos dizem-nos que um médico assistente começa com um vencimento de 2.746 euros, enquanto que os enfermeiros têm atualmente um salário base de 1.200 euros brutos. 

Todo este processo não tem como objetivo fazer com que os Enfermeiros ganhem mais que os médicos, mas sim que comecem a ganhar o que merecem, e pelo que trabalharam toda a sua vida. Isto influencia em tudo a Economia Portuguesa mas, na minha opinião, estando assente em todas as informações que retirei, sim vale a pena!

Maria Inês Dias Pinto

http://expresso.sapo.pt/sociedade/2017-09-29-Sindicato-dos-Enfermeiros-adia-entrega-do-pre-aviso-de-greve
http://www.sindicatodosenfermeiros.pt/index.php/o-sindicato/historia
http://www.jornaleconomico.sapo.pt/noticias/sindicato-dos-enfermeiros-greve-em-suspenso-ate-quarta-feira-214787

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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