sábado, 21 de outubro de 2017

“Made in Portugal”

         Nos dias de hoje, devido à globalização, acabamos por consumir produtos que vêm dos quatro cantos do mundo, sem apercebermo-nos realmente disso. As exportações são assim responsáveis por colocarem os produtos de origem de um país em outros locais. Desta forma, podemos afirmar que a atividade exportadora tem um papel fulcral para o desenvolvimento da economia de qualquer país.
         No caso específico de Portugal, as exportações têm aumentado de uma forma decrescente, no entanto apresentam um peso cada vez mais importante no PIB. Na sequência da recessão económica de 2008, que se alastrou por todo mundo, as exportações portuguesas sofreram uma diminuição de, aproximadamente, 15,4%, em 2009. No entanto, Portugal assistiu a um acréscimo da atividade exportadora, que resultou, em 2012, num saldo positivo da balança comercial. Esta era a primeira vez que Portugal registava um excedente comercial desde 1995. No entanto, a partir de 2013, o crescimento das exportações tem sofrido um abrandamento, isto é, as variações, apesar de positivas, têm decrescido. Em 2017, Portugal já conseguiu exportar mais 17,1% do que no primeiro trimestre do ano passado, esperando-se, assim, resultados otimistas para este ano.
         Antes de mais, é importante salientar que Portugal exporta uma grande variedade de bens e serviços. As peças de automóveis, os materiais têxteis, a cortiça, o calçado e a pasta de papel são dos produtos mais exportados pelo nosso país. Aliás, Portugal é o líder mundial no que toca às exportações de cortiça e de fibras sintéticas e artificias.
Neste contexto, o destino da maioria das exportações portuguesas continua a ser a União Europeia, mais especificamente os países da Zona Euro. Desta forma, os maiores parceiros da economia portuguesa são, respetivamente, a Espanha, a França e a Alemanha, que, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), representam juntos cerca de 80% das exportações de Portugal dentro da União Europeia. Porém, as trocas comerciais com o mercado externo tiveram um acréscimo muito forte nos últimos anos. Segundo o ECO, no primeiro trimestre deste ano, o mercado externo cresceu cerca de 27%, tendo em conta o período homólogo, tendo como principais destinos EUA, Angola e Moçambique.
Ainda assim, as exportações portuguesas enfrentam muitos obstáculos que não as possibilitam crescer mais. Um dos principais problemas surge da cultura e na mentalidade das empresas. As empresas portuguesas, sobretudo as PME (pequenas e médias empresas), vivem muito agarradas ao passado e muito afastadas da atual realidade que as rodeia. Assim, há ainda uma forma muito rígida e fechada de fazer negócios, ou seja, não há uma gestão direcionada para as exportações. Nestas empresas, surge também um outro problema: o marketing. A qualidade dos produtos portugueses não é questionável, no entanto as empresas não sabem promover os seus produtos a nível internacional, ou seja, há um problema na forma como se vende.
Deste modo, é necessário que haja um investimento na formação dos gestores e dos colaboradores de forma a aumentar a experiência internacional destes cargos. Além disso, é necessário aumentar a competitividade e aumentar o esforço para o crescimento.

Ângelo Morgado

Referências:
http://www.pordata.pt/Portugal/Balan%C3%A7a+comercial-2594
  
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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