segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Angola omite Portugal da lista dos parceiros “importantes”

          Como pertencente à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Angola mantém uma relação de parceria com Portugal há já várias décadas. Além das relações históricas e culturais, existe uma cooperação mútua nos domínios das relações comerciais, internacionalização, formação de quadros, educação, luta contra a pobreza, investigação científica e tecnológica, saúde, segurança alimentar e boa governação do Estado.
         Através de uma análise aprofundada dos dados, ao longo das duas últimas décadas, acerca das exportações de Portugal, apercebemo-nos que um dos nossos principais parceiros comerciais é, efetivamente, Angola, tanto ao nível das exportações de serviços como exportações de bens. Em 2010, numa reunião entre o Presidente da República (Cavaco Silva) e o Presidente angolano da época, criou-se um acordo para reforçar as parcerias estratégicas que pretendiam aumentar os objetivos da cooperação e alargar os domínios das relações.
         A 26 de setembro, o novo Presidente da República angolano, João Lourenço, omite Portugal da lista de parceiros importantes aquando da tomada de posse do novo Governo, acabando com as parcerias estratégicas criadas anteriormente. Essa declaração oficial acabou por deixar em alerta as empresas portuguesas que se encontram a negociar com Angola e todos os portugueses a trabalhar lá. Tal omissão deve-se ao atual clima político de tensão que existe entre as nações em causa, que, muito provavelmente, levará a uma redução das trocas comerciais. Esse mal-estar poderá ter um forte impacto negativo em ambas as economias, principalmente na economia portuguesa, como resultado de um desvio do fluxo importador angolano de serviços e de bens de Portugal para outros países.
         Este corte “social” leva à necessidade da adoção de novas medidas exigidas por este novo paradigma de relacionamento entre países. Caso não aconteça, Portugal irá ter uma perda de valor de grande dimensão e irrecuperável, no momento em que vive a pior recessão económica. Deste modo, tais medidas devem promover a correção desta cooperação, ou falta dela, e uma reaproximação num futuro próximo de modo a evitar que Portugal retroceda a nível económico.

Marta Daniela Vale Pinto

http://observador.pt/2017/09/26/novo-pr-angolano-deixa-portugal-de-fora-da-lista-dos-principais-parceiros/

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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