Como
pertencente à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Angola mantém uma
relação de parceria com Portugal há já várias décadas. Além das relações
históricas e culturais, existe uma cooperação mútua nos domínios das relações
comerciais, internacionalização, formação de quadros, educação, luta contra a
pobreza, investigação científica e tecnológica, saúde, segurança alimentar e
boa governação do Estado.
Através de uma análise aprofundada dos
dados, ao longo das duas últimas décadas, acerca das exportações de Portugal,
apercebemo-nos que um dos nossos principais parceiros comerciais é,
efetivamente, Angola, tanto ao nível das exportações de serviços como
exportações de bens. Em 2010, numa reunião entre o Presidente da República
(Cavaco Silva) e o Presidente angolano da época, criou-se um acordo para
reforçar as parcerias estratégicas que pretendiam aumentar os objetivos da
cooperação e alargar os domínios das relações.
A 26 de setembro, o novo Presidente da
República angolano, João Lourenço, omite Portugal da lista de parceiros importantes
aquando da tomada de posse do novo Governo, acabando com as parcerias
estratégicas criadas anteriormente. Essa declaração oficial acabou por deixar
em alerta as empresas portuguesas que se encontram a negociar com Angola e
todos os portugueses a trabalhar lá. Tal omissão deve-se ao atual clima
político de tensão que existe entre as nações em causa, que, muito
provavelmente, levará a uma redução das trocas comerciais. Esse mal-estar
poderá ter um forte impacto negativo em ambas as economias, principalmente na
economia portuguesa, como resultado de um desvio do fluxo importador angolano
de serviços e de bens de Portugal para outros países.
Este corte “social” leva à necessidade
da adoção de novas medidas exigidas por este novo paradigma de relacionamento
entre países. Caso não aconteça, Portugal irá ter uma perda de valor de grande
dimensão e irrecuperável, no momento em que vive a pior recessão económica.
Deste modo, tais medidas devem promover a correção desta cooperação, ou falta
dela, e uma reaproximação num futuro próximo de modo a evitar que Portugal
retroceda a nível económico.
Marta Daniela Vale Pinto
http://observador.pt/2017/09/26/novo-pr-angolano-deixa-portugal-de-fora-da-lista-dos-principais-parceiros/
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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