Um
em cada quatro portugueses enfrentam risco de pobreza e exclusão social. Segundo
dados do Eurostat, a taxa de pobreza registada em Portugal em 2016 foi de
25,1%, situando-se acima da média da União Europeia (23,4%). No entanto, os
países mais afetados são a Bulgária (40,4%), a Roménia (38,8%) e a Grécia
(35,6%), devido a serem países com poucos recursos financeiros, onde a
população não possui muitos recursos naturais, culturais e sociais e onde os
mesmos participam pouco no processo de cidadania. Por outro lado, encontramos a
República Checa (13,3%), a Finlândia (16,6%), a Dinamarca (16,7%) e a Holanda
(16,8%) como sendo os países onde existe menor incidência de pobreza e exclusão
social entre a população. Estes 4 últimos países apresentam as taxas de pobreza
mais baixas da União Europeia.
A
taxa de risco de pobreza é calculada por base nos rendimentos abaixo do limiar
de pobreza e indicadores de privação material, que indicam falta de bens ou de
dinheiro.
Este texto de opinião serve, então, para
tentar enunciar a pobreza e exclusão social vivida em Portugal ao longo dos
anos e tentar assim explicar algumas causas e consequências deste acontecimento,
bem como possíveis soluções para o mesmo.
Após a contextualização apresentada acima,
irei definir dois breves conceitos, sendo o primeiro deles o conceito de Risco
de Pobreza que, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), nos remete
para a proporção da população cujo rendimento equivalente se encontra abaixo da
linha de pobreza definida como 60% do rendimento mediano por adulto
equivalente. Um último conceito apresentado é o de Exclusão Social, que designa
um processo de afastamento e privação de determinados indivíduos ou de grupos
sociais em diversos âmbitos da estrutura da sociedade.
Ao longo dos anos, temos assistido a
situações de desigualdade entre as pessoas, o que leva à pobreza. De um ponto
de vista pessoal e, na minha opinião, estas situações remetem para a urgência
de resolver este problema. Entre 2009 e 2012, durante o período crítico da
crise financeira na União Europeia, a percentagem de pessoas em risco de
pobreza subiu até quase aos 25% e, nesse período, Portugal registou uma taxa de
pobreza de 26%.
Será que a pobreza deriva de problemas
socioculturais ou é o resultado de um mau funcionamento político-democrático? Ambos
são fatores que levam a que este acontecimento ocorra pois os problemas
socioculturais indicam que o indivíduo é discriminado pela sua condição, e essa
pode ser relativa a uma baixa escolaridade e ao facto de ser de uma raça ou
cultura diferente. No entanto, a pobreza também é o resultado de um mau
funcionamento politico‐democrático, que falha em promover a igualdade a todos
os níveis.
Será que as imensas organizações a nível
mundial que apoiam as pessoas que mais necessitam e que são vítimas de exclusão
social chegam para resolver tal problema? Na minha opinião, não é suficiente
para ajudar todos aqueles que sofrem e devem ser procurados mais recursos para
este combate ser mais eficaz. Pode-se optar pela alternativa de combater a
origem da pobreza, criando condições dignas de trabalho para que as pessoas se
libertem da injustiça social a que estão sujeitas e assegurem as condições
económicas e financeiras, não só à sua sobrevivência.
Será que ao solucionarmos o problema da
pobreza dos indivíduos solucionamos também o problema de exclusão social? Ao
que tudo indica sim, pois ambos os problemas estão interligados diretamente, ou
seja, a pobreza leva à exclusão social pelo que, ao acabarmos ou diminuirmos os
indivíduos que se encontram em risco de pobreza, elimimos também a
possibilidade de serem excluídos socialmente.
Rosana Heringer, coordenadora geral de programas
da ONG ActionAid Brasil: “Deve haver
uma combinação de políticas que melhorem as condições de vida com políticas
redistributivas: geração de emprego e renda, melhores salários, acesso à terra,
microcrédito, fundos rotativos e estímulo ao mercado de consumo local.”
Francisca
Isabel Silva Pereira Leite
Referências:
· https://www.pordata.pt/Europa/Taxa+de+risco+de+pobreza+antes+e+ap%C3%B3s+transfer%C3%AAncias+sociais-1940.
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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