terça-feira, 17 de outubro de 2017

Trabalhadores-Estudantes

Pode-se dizer que os trabalhadores-estudantes estão entre aquelas pessoas que têm vontade de estudar e alcançar um futuro melhor, que, apesar da escassez de tempo e recursos, e, neste caso, se envolvem no ensino superior perseguindo esse desejo enorme.
No entanto, parece que o seu esforço é em vão, pois está previsto que venham a ser sujeitos a novos encargos financeiros. Todos os trabalhadores-estudantes, do ensino secundário, superior ou pós-secundário não superior, com contrato de trabalho devem entregar 10% dos seus rendimentos ao Estado, assim o diz a proposta do Orçamento de Estado para 2018.


Na apresentação do Orçamento de estado, esta medida enquadra-se no apoio aos jovens, como se vê na imagem acima. No entanto, a meu ver, de apoio esta medida não tem nada. É uma medida que desincentiva a conciliação do trabalho com os estudos, que desmotiva o esforço feito por estas pessoas incríveis que dão tudo o que podem e conseguem na sua rotina diária. Acredito que esta medida será um marco no que toca à quantidade de trabalhadores-estudantes, um número que creio que vá diminuir significativamente.
Não se deve esquecer que há alunos do ensino público a trabalharem para não sobrecarregar financeiramente os seus encarregados de educação. Estes alunos irão ser taxados sobre o seu rendimento, o que, para além de ser absurdo, é tirar o intuito a tais empregos.
Se falarmos de um aluno que ganha 600€, tem de pagar o aluguer do quarto e as contas da sua segunda casa, em média, isto será cerca de 300€. Juntando agora as viagens a casa e a alimentação, que estima-se ser cerca de 200€, acrescentando outras despesas ocasionais e gastos relativos aos estudos, pouco sobra, mas no fim de contas, ainda terá de juntar 60€ para o IRS.

Jéssica Costa

P.S.: De notar que os preços médios dependem da cidade de residência e da universidade escolhida

(http://www.comumonline.com/?p=230979)

 [artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

1 comentário:

Unknown disse...

Cara Jessica,
A retenção na fontte é um pagamento antecipado do imposto a calculado no final do período e só é feito quando o adquirente do Serviço é SP. O facto de fazer retenção permite em regra ter um valor de imposto inferior a final e pode encorajar os jovens a ter uma atividade profissional enquanto trabalham sem fazer com que os seus pais tenham mais imposto a pagar no final do ano.