domingo, 29 de outubro de 2017

Energias Renováveis – Opção Ambiental e Financeira

A utilização de energias renováveis é uma ação cada vez mais aplaudida e requerida na Comunidade Europeia, sendo que existem metas e políticas, em termos ambientais que só podem ser atingidas através da sua instalação pelos diversos países europeus. No entanto, no que diz respeito a Portugal, os efeitos não têm sido apenas ambientais mas também financeiros, segundo a Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN). Entre 2010 e 2016, a produção de eletricidade através de energias renováveis resultou em poupanças de 265 milhões de euros, originando 38 milhões de euros de poupanças por ano.
A entrada de eletricidade gerada através de energias renováveis no “Mercado Ibérico de Eletricidade” (MIBEL) levou a uma redução dos preços “grossistas” de eletricidade, que é comprovado pela diferença de preço no dia 1 de janeiro de 2016, com (44,75 euros) e sem (63,44 euros) energia renovável a ser utilizada, ou seja, evidencia a existência de uma queda de 18,69 euros, aproximadamente. António Sá da Costa, presidente da APREN, afirma que “as energias renováveis não foram um custo para o consumidor, foram, pelo contrário, um benefício para os mesmos”. Para além disso, o estudo dirigido pela APREN relata que “as energias renováveis evitaram a importação de combustíveis fósseis no valor de 5.620 milhões de euros e pouparam 475 milhões de euros com as licenças de emissão de dióxido de carbono”.
A evidência de que cada vez mais Portugal é um país que suporta e promove energias renováveis decorre do facto de, em maio de 2016, o consumo de eletricidade ter sido durante 4 dias consecutivos assegurado por fontes de energia limpa, poupando assim na importação de carvão e petróleo e estabelecendo um recorde nacional. No entanto, existem ainda outros exemplos, como é o caso da instalação de 18 mil painéis fotovoltaicos nas instalações do IKEA em Paços de Ferreira, designado um dos maiores projetos em “coberturas para autoconsumo energético na Europa”, permitindo evitar a emissão de 2358 toneladas de CO2.
Em comparação com a área do euro, Portugal é dos maiores consumidores de energias renováveis, ultrapassado apenas pela Suécia, Finlândia, Dinamarca, Estónia, Letónia e Croácia, sendo que 28% da energia consumida é de facto proveniente de fontes limpas, aproximando-se assim da meta imposta para 2020, que ronda os 31%.  
  
    
Em suma, o objetivo comunitário europeu no futuro é o foco central nas fontes de energia limpa, impondo-se assim várias metas aos países europeus. As expetativas são de que mais de metade dos carros irão funcionar por via elétrica no futuro, havendo uma enorme desvalorização do petróleo e do carvão. Embora ainda existam vários passos a dar, Portugal é dos países que mais pretende apostar neste tipo de energias, relembrando-se o enorme investimento na Central Solar fotovoltaica da Amareleja, um projeto de enorme estímulo fiscal que pode ser replicado se forem cumpridos vários requisitos, como é o caso de maiores “incentivos no IRS e uma redução da taxa do IVA nos equipamentos solares”.

Ivo Barros Brito

Referências Bibliográficas:
https://www.dn.pt/sociedade/interior/depois-das-barragens-e-das-eolicas-chegou-a-vez-da-aposta-no-solar-5430494.html

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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