segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Uma semana e uma série de empresas a partir da Catalunha

Parece haver uma alteração no que diz respeito à vontade do povo de se manifestar contra a independência da Catalunha, sendo que milhares de pessoas se dirigiram a Barcelona para mostrar que, para além de se tratar de uma grande instabilidade económica, fala-se também, e de forma mais vincada, de um impacto simbólico.
Já se contam 15 empresas que anunciaram a alteração da sua sede para fora da Catalunha, sendo que nos dias que se sucedem, esta previsão pode piorar no caso de o Parlamento fazer uma declaração unilateral de independência. Empresas como o CaixaBank e o Banco Sabadell encontram-se nesta situação e há ainda a hipótese de, outras empresas que também pretendem sair da Catalunha, aproveitarem o decreto-lei que foi aprovado na sexta feira pelo Governo e que permite simplificar este processo às empresas sem que exista a necessidade de realizar anteriormente uma reunião de acionistas.
Toda esta incerteza no ar causada pela independência catalã, gerou um “alarido” nas grandes empresas desta região, que escolheram sediá-las noutras cidades espanholas, de forma a resguardar os interesses dos seus acionistas, funcionários e clientes, passando assim a mensagem aos mercados de tranquilidade.
No meio de todas estas empresas que aparecem na lista que tende a não findar, aparece, por exemplo, o Sabadell, que oficializou a sua decisão na quinta-feira, e na sexta-feira foi seguido pelo principal banco da Catalunha e um dos mais importantes do país, o CaixaBank, juntamente com o Santander e o BBVA. A empresa de energia Gas Natural Fenosa vai também mudar a sua sede por tempo indeterminado, até que a tensão política da região Catalã diminua.
Carles Puigdemont, chefe do governo da Catalunha, pediu para comparecer no parlamento regional na próxima terça-feira, 10 de outubro, atrasando em um dia as explicações à assembleia sobre os passos que espera dar depois do referendo de autodeterminação.
Em jeito de conclusão, é importante referir que as empresas pensam sempre naquilo que é positivo e benéfico para elas e, ao longo de todo este processo de independência, estas tentarão fugir de toda a instabilidade inerente, de forma a não serem afetadas ou, no máximo, serem afetadas o mínimo possível.

Miguel Vasconcelos

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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