A Continental Mabor, fábrica
de pneus sediada em Lousado (Vila Nova de Famalicão), emprega hoje 1.900
trabalhadores e fechou o ano de 2016 com uma faturação de 830 milhões de euros.
Empresa considerada o
motor do concelho, foi a quarta maior exportadora nacional e apresentou lucros
de 225 milhões de euros, com uma exportação de 98% da sua produção, para um
total de 64 países.
A Continental Mabor detém
um programa de investimento de 150 milhões de euros para Portugal, onde 50
milhões de euros já estão investidos mas os restantes 100 milhões de euros continuam
bloqueados pela “empresa mãe”, sediada na Alemanha, devido à falta de acessibilidades
ao polo industrial, que não lhes permite expandir as infra-estruturas da
empresa.
Neste momento, mesmo com
as dificuldades que defronta, é a segunda maior fábrica do grupo e considerada
a mais eficiente e com a melhor qualidade, em cinco anos consecutivos.
A preocupação do Governo
em aumentar as exportações e captar mais investimento internacional discute-se
desde o Governo do Dr. Pedro Passos Coelho, contudo esta apreensão parece
contradizer o que acontece na realidade. Há diversos anos que, diversos
Governos, têm feito promessas à Continental Mabor mas sem nunca as cumprirem.
Em entrevista, o próprio Presidente da empresa, Dr. Pedro Carreira, comentou os
entraves postos por parte do Governo nos seguintes termos: “Há dois anos
tivemos quase com a estrada construída, depois mudou o Governo, o processo
parou (…) ”.
Outro grande dilema da
empresa é Portugal ser tão centralizador. Como a fábrica não está presente em
Lisboa, o apoio do Governo é praticamente inexistente.
Contudo, com o atual
Primeiro-ministro, Dr. António Costa, começa-se a contemplar reformulações de
paradigma: “Há um empenho pessoal do Dr. António Costa. O primeiro-ministro
mandou-nos uma carta e isto é diferente de tudo o que aconteceu até hoje”,
expõe o Dr. Pedro Carreira.
Em suma, na minha opinião,
com base no potencial de Portugal, o país possui diversas particularidades e caraterísticas
que lhe permitem acolher investimento internacional. Contudo, é necessário
existir um maior apoio e apreciação do Estado para diminuir os diversos
obstáculos que devem ser resolvidos oportunamente.
Sérgio
André de Oliveira Marques
https://eco.pt/entrevista/continental-ameaca-travar-investimentos-em-portugal-por-falta-de-acessos-a-fabrica/
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
Sem comentários:
Enviar um comentário